Decidir por quem se apaixonar não é uma questão de sorte, mas de maturidade, experiências vividas, tapas na cara e, acima de tudo, o status de alguém que já aprendeu a ser apaixonado por si mesmo.
Ainda que exista o amor à primeira vista e as várias atrações que sentimos no decorrer da vida, chega uma hora em que a gente aprende o que vale a pena e o que não vale nem meia hora de conversa fiada.
Coisa boa mesmo é investir em quem sabe o que quer. Aquela pessoa que responde à pergunta “Vamos? ” com “Vamos!”. Não interessa a hora e nem o lugar.
Vale lembrar que não basta esperar encontrar alguém decidido o bastante para acompanhá-lo num bom relacionamento, mas, antes de tudo, ser a pessoa que sabe o que quer. É muito fácil ler a frase acima e a projetar em alguém que feriu o seu coração e saiu correndo um dia de sua vida. Mas quantas vezes nós mesmos não fizemos o mesmo com corações alheios?
“Tudo na vida é fase.”
Tudo na vida é fase. Tem a fase do amor inocente, do amor malicioso, dos vários amores, fases de solidão e dos raros amores verdadeiros. Até que chega a fase da maturidade e do devido amor-próprio.
Não é fácil. Não basta querer, comprar um manual de autoajuda e nem mesmo ler este texto. É uma questão de tempo, autoconhecimento. O olhar para as dores escondidas, para os sonhos não vividos… “Por que me senti assim? Por que agi daquela forma? O que me faz feliz? O que eu gosto? O que eu quero? ”.
Só com o tempo, a gente aprende a gostar de si mesmo, de verdade. Diferente do que sugerem as mídias e a própria publicidade, amor-próprio não tem nada a ver com “ser o cara”, ter o carro do ano, ser o gostosão da academia ou algo do tipo.
Amor-próprio é quando você já aprendeu a amar seus pais, com todos os defeitos que eles carregam e você já sabe que os carrega igual.
Amor-próprio é quando você está rodeado de pessoas, que não simpatizam com seu jeito de ser, você aceita e se sente feliz com quem é, da mesma forma, pois sabe os valores e princípios que carrega, independente da opinião e sentimento alheio.
Amor-próprio é quando você já repensou mil vezes a própria vida, sentindo o peso dos erros nas costas e aceitou que não podia mudá-los, mas teve a humildade de transformar as velhas opiniões e atitudes.
Amor-próprio é quando você já descobriu quem você é verdadeiramente, em seu trabalho, em sua casa, na rua, sozinho ou acompanhado e aprendeu a gostar de sua companhia.
“Adquirido o amor-próprio, você sabe o que quer.”
Adquirido o amor-próprio, você sabe o que quer. Sabe rapidamente dizer sim ou não, quero ou não quero, vou ou não vou. Não vive de incertezas ou meros talvez. Não fica no aguardo dos que ainda não chegaram no ponto em que você se encontra. E com todo respeito, também não fica esperando que chegue.
E nesta altura da vida, você pode até encontrar ainda alguns desavisados, que se encantam com sua força e energia contagiante e se aproximam por um instante, na incerteza de tentar, na rapidez de um talvez.
Depois disso, sente-se de longe a energia de quem sabe o que quer. Aquele ou aquela que não olha mais uma pessoa por fora, não enxerga a carteira e nem o currículo, com uma enxurrada de carências mal resolvidas projetadas em ilusões, mas percebe na alma do outro o potencial do sim, do quero e do vamos, sem máscaras.
“Pode ser que dê certo, como pode ser que não.”
Pode ser que dê certo, como pode ser que não. Mas apaixonar-se por alguém que sabe o que quer é, no mínimo, uma das experiências mais apaixonantes que se pode ter!
Pessoas decididas e bem resolvidas, quando se juntam, compartilham o melhor da vida: transparente e resolvido amor, amizade, cumplicidade e confiança! A alegria de ser quem se é! E de ser amado exatamente assim.
Por: Carolina Vila Nova