Nós não fomos criadas para sermos princesas. Não brincamos apenas de bonecas e não aprendemos, desde cedo, a como cuidar de uma casa. Nossas mães nunca tiveram tempo para nos ensinar a costurar: em vez disso, nos mostravam com exemplos práticos de como ser fortes, independentes e batalhadoras. Em vez de bonecas, livros. Em vez de panelinhas, cadernos. Fomos criadas para sermos mulheres fortes, para enfrentar o mundo de frente. Não somos mulheres para casar.
Não vamos viver para limpar a casa, lavar os pratos e dedicar 100% do nosso tempo para nossos filhos, porém, seremos parceiras, ótimas companhias e as melhores pessoas para dividir uma vida e uma história. Não fomos criadas para esperarmos a porta do carro ser aberta ou a cadeira ser puxada: nós aprendemos que o quer que a gente queira, somos nós as únicas que têm que fazê-lo.
“Não sabemos fazer o melhor almoço de domingo, mas dividimos a conta de um restaurante português impecável.”
Não sabemos pregar um botão de um paletó, mas sabemos indicar uma costureira incrível e barata ali na Augusta. Não sabemos fazer o melhor almoço de domingo, mas dividimos a conta de um restaurante português impecável. Não somos as melhores do mundo em limpar o apartamento, mas se você quiser conversar sobre o expressionismo abstrato, vamos fazer isso com o maior prazer do mundo enquanto indicamos um bom vinho e escolhemos uma boa diarista naquele site que descobrimos ontem.
Nós não sabemos se vamos querer ter filhos um dia, mas conseguimos amar um sobrinho ou um filho de uma amiga com todas as nossas forças. Não estamos ansiosas por um anel ou por um vestido branco, mas ficamos realmente felizes com aquele presente inesperado que foi comprado por amor e sem data comemorativa. Nossas brincadeiras favoritas na infância nunca foram casinha ou boneca, mas éramos as melhores em artes e redação. Não fomos criadas para brigar com você enquanto joga vídeo-game com os amigos, mas sim, para jogar tão bem quanto vocês todos juntos.
“(…) um “estou com saudades” faz nosso coração bater mais forte.”
Mas por favor, não nos entendam mal. Não somos mulheres que não gostam do amor ou que não sabem amar, muito pelo contrário! Enxergamos o amor nas coisas mínimas. Para nós, um “se cuida” é o equivalente a um “eu te amo”, um “já comeu?” é uma prova do quanto importamos e um “estou com saudades” faz nosso coração bater mais forte.
Não somos mulheres criadas para casar, mas somos as melhores para dividir uma casa, uma bicicleta, uma mala e algumas linhas a serem escritas. Às vezes, nós queremos casar, nos vestir de branco e celebrar o amor com tanta gente querida. Mas não fomos criadas para isso, não.
Antes de casar, nosso negócio é amar.
E isso nós fazemos muito bem.