Tente ser para alguém, tudo aquilo que nunca foram para você

Ter alguém é muito mais do que caminhar de mãos dadas. Acima de comodidade ou conforto, ter alguém ao lado, é compartilhar todos os nossos sonhos e objetivos. É dividir as intimidades. É fazer acontecer e estar disposto, em alguns casos, a abrir mão do que mais desejamos para ver o outro sorrir. Não, eu não estou falando de amor próprio. Estou afirmando, que pessoas bobas e apaixonadas, fazem de tudo na vida para mostrar que o amor está acima de todas as outras coisas. E, de fato, se colocarmos como prioridade, ele estará.

É difícil abrirmos o coração, quando olhamos para trás e enxergamos frustrações de antigos relacionamentos. São decepções, machucados, expectativas jogadas no lixo, flores murchas, presentes inúteis, dinheiro mal gasto, tempo perdido e sentimentos conturbados. Sensações confusas de quem muito amou, se entregou e, definitivamente, pouco ou quase nada recebeu de volta. Não que devemos fazer e esperar algo em troca, mas quando se trata de uma relação, composta por duas pessoas, o mínimo para dar certo chama-se: reciprocidade.

A verdade é que buscamos constantemente por um amor completo.

Sem imperfeições, sem defeitos e sem histórico. Não aceitamos o fato de alguém errar com a gente. Dificilmente compreendermos os seus traumas ou anseios. Trocar é a opção mais fácil e prática. Por vezes, acaba sendo a saída mais rápida de um possível sofrimento detectado de longe. Somos covardes, não assumimos que morremos de medo de quebrar a cara ou de estarmos no controle de alguém. Queremos sempre sair por cima, mostrar que o outro foi quem perdeu e, no pior dos casos, nos trancamos no quarto para deixar escorrer aquelas lágrimas que insistem em cair. Não adianta desejarmos provar ao mundo o quanto somos fortes, em momentos frágeis, o particular suplica por socorro…

Experimente ser para alguém, tudo o que nunca foram para você. Ofereça flores. Faça o café da manhã, envie mensagens inesperadas, surpreenda sempre que possível. Ligue no meio da noite, demonstre o quanto a pessoa é importante e única. Torne as lembranças inesquecíveis. Seja a saudade quando vocês não estiverem juntos. Seja o calor desse inverno congelante. A mão estendida quando menos se espera. Seja urgência no tempo vago. Não deixe a carência bater na porta. Faça dos dias comuns, os mais memoráveis. Saiba perdoar e também reconhecer quando você der mancada. Corra atrás do prejuízo, não seja pequeno de atitudes. Compartilhe e não some. Soma. Eu e você…

Apanhar da vida gera um certo amadurecimento.

Demoramos para aprender que ninguém tem culpa das nossas feridas abertas. O próximo, não tem ligação com o antecessor. Devemos, então, estabelecer uma linha tênue entre a nossa recuperação e o que temos para oferecer novamente. Não seja pouco, nem ofereça migalhas. Porque sabemos, que cedo ou tarde, tudo voltará de alguma forma.

Se você permitir, deixe-me entrar na sua vida para ficar. Vou rasgar todos os planos que deram errado até hoje e te ajudar a superar qualquer empecilho que nos impeça de voar para bem longe. Quero ser o beijo molhado na sua boca seca. O suor da sua pele arrepiada. Quero ser a brisa gostosa que arrepia as suas costas e desce lentamente na sua barriga. Deixe-me ser tudo o que você nunca teve, mas sempre esperou. Seja para mim, tudo o que nunca foram para você. Vamos nos arriscar, nos permitir. Vamos sorrir sem motivos, viajar sem cronogramas. Sair sem compromisso, nos encontrar sem ter hora para ir embora. Eu não tenho pressa, só quero te mostrar que quem quer, simplesmente faz acontecer.

Estou aqui para mostrar que você pode ter o melhor da palavra “amor”, sendo apenas você. E isso não requer esforço algum, apenas a sua respiração colada na minha. Vem perder o ar comigo? Vem?

Por: Jéssica Pellegrini

Imagem de destaque by Elina Sazonova no Pexels





Escrevo para interligar dois universos: a realidade e a imaginação. Tento colocar no papel, de forma organizada, os pensamentos que estão desalinhados na minha mente. Escrevo porque me sinto bem, abraçada pelas letras. Escrevo por prazer e sofrimento, ao mesmo tempo, felicidade e tristeza, compondo o vazio que somente a tinta da caneta é capaz de preencher.