Escrevi um texto recentemente que fala sobre a missão dos animais em nossas vidas, mas especificamente dos cães, e lá, afirmei que uma das missões mais importantes que eles possuem é ensinar o ser humano a amar.
Para mim, os cães são instrumentos divinos, enviados para que nos auxiliem nesse processo evolutivo com o objetivo de nos ajudar no desenvolvimento do amor, tanto o próprio, visto que quando temos um animalzinho nos sentimos muito amados, quanto incondicional, já que mesmo quando estamos furiosos com eles, ainda os amamos muito.
Quem maltrata um animal, com certeza, ainda não aprendeu a amar.
Nunca conseguiu estabelecer um vínculo de afeto verdadeiro com um outro ser, e é capaz, sem dúvida nenhuma, de cometer violências e atrocidades com seres humanos também.
Para aprender a amar precisamos, antes de mais nada, receber, desde pequenos, exemplos de amor verdadeiro. Crianças que possuem problemas com pais ausentes, e nunca tiveram um animalzinho de estimação, podem não desenvolver esse sentimento de amor, e quando crescidos poderão ter dificuldades em amar.
Quem já teve um cachorro sabe, o amor é muito grande, e quando que eles morrem, a tristeza invade nossos corações. Um consolo para quem perdeu seu bichinho recentemente é a visão espírita sobre a morte. Os espíritas acreditam que os animais criam forte vínculo de amor com os seus donos e afirmam que mesmo depois de sua morte, pode acontecer, do mesmo animal continuar na mesma família, surgindo na figura de um novo bichinho de estimação que o dono adote, o ensinando a agir de acordo com o gosto do seu dono.
Para ilustrar isso, deixarei aqui um relato de Chico Xavier, quando ainda era vivo, onde ele afirma estar na presença da sua cachorrinha “Boneca” que já havia desencarnado a algum tempo:
Chico Xavier tinha uma cachorra de nome Boneca, que sempre esperava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo. Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se o beijasse. O Chico então dizia: – Ah Boneca, estou com muitas pulgas! – Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho.
Boneca morreu velha e doente.
Chico sentiu muito a sua partida. Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e enterrou-a no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.
Um casal de amigos, que a tudo assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha idêntica à sua saudosa Boneca. A filhotinha, muito nova ainda, estava envolta num cobertor, e os presentes a pegavam no colo, sem contudo desalinhá-la de sua manta. A cachorrinha recebia afagos de cada um.
A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra. Ela, sentindo-se no colo de Chico, começou a se agitar e a lambê-lo.
– Ah Boneca, estou cheio de pulgas!!! – Disse Chico.
A filhotinha começou então a caçar-lhe as pulgas, e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram:
– Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!! Emocionados perguntamos como isso poderia acontecer. Chico respondeu:
Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta.
É, Boneca está aqui, sim, e ela está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis. Nós seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. Por isso, quem maltrata um animal vai contra as leis de Deus, porque Suas leis são as leis da preservação da natureza. E, com certeza, quem chuta ou maltrata um animal é alguém que ainda não aprendeu a amar.
Por: Iara Fonseca
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