Dentro de nós carregamos a semente do bem e a semente do mal, floresce aquela que a gente regar mais. A atitude nociva é o fruto da semente do mal, mas o arrependimento é o regar da semente do bem em nosso coração. Não existe nenhuma correção que não comece pelo arrependimento. Ele é a válvula que impulsiona a reforma do espírito diante dos deslizes que cometemos.
Arrepender-se verdadeiramente significa ter consciência do ato negativo, propor-se a corrigi-lo e a não repetir o engano.
É um compromisso com o acerto, implica no desejo de se tornar uma pessoa melhor e evoluir a alma no caminho até Deus, que só desvela o perdão depois do arrependimento, quando existe o real pesar sobre a falha cometida.
O remorso dói, causa angústia, mas ele também tem um papel muito significativo na hora de pagar a dívidas que causamos pela má fé. Aquele que não se arrepende semeia um futuro de penitências rigorosas, provas insuportáveis e dor extrema, o que lhes causa revolta. Essa sensação de injustiçado dificulta demais a evolução da alma. Pode inclusive ser o fomentador de novas dívidas se, por exemplo, padecemos na pobreza e cometemos crimes em função inconformidade com a lei do retorno.
Por outro lado, quem tem consciência dos danos que causou aceita o retorno sem revolta, amenizando a dor do deficit moral, pois o arrependimento sincero ajuda na aceitação e atenua o rigor do retorno. Ele é o sinal de uma transformação genuína da alma. Alguém que diz que vai mudar, mas não se arrepende do que fez, logo volta a ser o que era antes, porque só o remorso real que faz a alma curvar-se sobre si mesma e é o primeiro dos tantos passos para a elevação espiritual. Por isso, quanto mais tardio o arrependimento, menos apaziguador das faltas ele se torna e quanto mais rápido, mais brando é o retorno. E, sendo o remorso profundo e sincero, pode transformar a restituição devida em amor. Isso significa que, em vez de virmos para o mundo sofrer, podemos substituir a dor pela caridade. Então, nossa missão passa a ser ajudar aos outros com entrega e devoção, seja uma pessoa ou o mundo. Como, por exemplo, quem têm um filho deficiente ou um pai que padece anos enfermo antes de partir demandando cuidado total. Ou, ainda, grandes líderes que são exemplo de caridade, como Chico Xavier e Madre Teresa de Calcutá.
Aliás, todos nós cometemos erros no passado, fizemos escolhas equivocadas e ferimos muitas pessoas. Todos nós já mentimos algum dia, trapaceamos nem que seja no jogo de cartas ou deixamos de ajudar alguém que tanto necessitava. Mas essas escolhas não definem quem nos tornaremos a partir de agora, porque embora não sejamos capazes de mudar o passado, o amanhã é sempre uma nova chance de recomeçar, pois como dizia Chico Xavier:
“Você não pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas pode começar agora e fazer um novo fim.”
Boa sorte com o seu novo fim!
Autor: Luciano Cazz – Inspirando Luz
Imagem de capa: Marcelo Chagas no Pexels