A Igreja Anglicana está considerando a utilização de uma linguagem sem gênero ao se referir a Deus. O objetivo é a adaptação à linguagem moderna e inclusiva utilizada na sociedade atual, mas a mudança precisa ser aprovada pelo corpo legislativo da Igreja.
Embora alguns membros acreditem que é importante explorar opções para aqueles que desejam se referir a Deus sem gênero, a decisão tem sido vista por parte da imprensa britânica como uma ação política.
Neste momento, a Igreja Anglicana já permite aos seus membros interpretarem e adaptarem os textos oficiais, o que resultou na utilização de linguagem neutra em alguns locais, como no caso do reverendo Anderson Jeremiah, padre anglicano e reitor associado para igualdade, diversidade e inclusão na Universidade de Lancaster, que prefere usar metáforas neutras ao se referir a Deus, mas afirma que se referirá a Jesus como um homem.
Já o reverendo Dr. Ian Paul afirmou ao The Daily Telegraph que qualquer mudança na doutrina da Igreja seria considerada um abandono de seus ensinamentos bíblicos. Segundo ele, essa mudança significaria afastar a Igreja dos princípios baseados nas escrituras sagradas. Mas que apesar disso, essas alterações potenciais, que representariam um afastamento dos ensinamentos cristãos e judaicos tradicionais com milênios, precisam ser cuidadosamente consideradas.
“Depois de algum diálogo entre duas comissões nesta área, um novo projeto conjunto sobre linguagem de gênero começará neste ano”, disse o reverendo Dr. Michael Ipgrave, Bispo de Lichfield e vice-presidente da comissão litúrgica responsável pelo assunto
Apesar de tudo isto, mesmo com a iniciativa de acompanhar a sociedade atual, a Igreja Anglicana também fez propostas no início deste ano para recusar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e apenas permitir a benção dos padres.