Lucinda Mullins, conhecida por amigos e familiares como Cindy, sobreviveu ao choque séptico, mas devido à gravidade, teve que amputar as pernas. Além disso, os médicos ainda terão que amputar seus braços também.
A drástica mudança na vida de Lucinda, de 41 anos, começou com uma pedra em cada um dos rins do tamanho de um grão de areia. No entanto, isso desencadeou uma infecção e sepse, deixando a mulher vivendo com aparelhos de suporte vital e, por fim, forçando os médicos a amputar suas pernas.
“É um dos piores cenários que pode acontecer, e simplesmente aconteceu comigo, [mas] nunca estive tão feliz por estar viva”, disse Lucinda, de Stanford, Kentucky, EUA, ao Today.
As pedras nos rins apresentam o risco de infecção renal, que pode levar à sepse, uma resposta do corpo à infecção que causa grande risco de vida, alerta especialistas.
“Sepse grave e amputação após cálculo renal são raras e não devem ser consideradas como uma complicação comum ou esperada de cálculos renais em geral”, disse a Dra. Sylvia Rosas, nefrologista de Boston e presidente da National Kidney Foundation.
Mullins, que é enfermeira, foi diagnosticada com pedras em ambos os rins em 2023, após sentir algumas dores nas costas. Quando as pedras começaram realmente a incomodar, seu urologista recomendou uma cirurgia preventiva para removê-las.
Após as cirurgias, ela voltou para casa com um stent ureteral – um tubo fino que ajuda o rim a drenar a urina após uma cirurgia de cálculo renal. No entanto, alguns dias depois começou a se sentir mal, com febre alta, vomitos e dores nas costas. Seu marido a encontrou deitada no chão do banheiro, perdendo e recuperando a consciência, e a levou ao pronto-socorro.
“Eles fizeram uma tomografia computadorizada para descobrir o que estava acontecendo, e foi quando viram uma pedra nos rins que estava alojada ali com uma enorme quantidade de infecção por trás”, disse DJ Mullins, seu marido.
Lucinda precisou ser sedada, entubada e estabilizada o suficiente para ser transferida para um hospital maior. Lá, os médicos comunicaram o marido que ela estava em choque séptico, a forma mais grave de sepse. Ela teve falência de múltiplos órgãos, incluindo rins, fígado e pulmões. Neste momento, ela precisava de ventilador, diálise e máquina cardiopulmonar de ECMO.
“Todo o seu corpo estava paralisado”, lembra DJ Mullins. “Ela ficou lá sedada por cerca de uma semana, sem mover um músculo, (nós) sem saber se ela sobreviveria porque as máquinas estavam fazendo tudo por ela.”
Para combater sua pressão arterial perigosamente baixa, Lucinda recebeu medicamentos para estreitar os vasos sanguíneos, aumentar a pressão arterial e enviar sangue para órgãos vitais. Mas isso custou a circulação nas extremidades, disse o marido.
“Foi basicamente uma vida perdida”, explica DJ Mullins. “Essa circulação (nos braços e pernas) nunca mais voltou.”
Quando Lucinda Mullins foi retirada do ventilador e recuperou a consciência no entanto foi informada que para salvar sua vida tiveram que dar remédios; que, em troca, ela perderia seus membros.
“Se este é um sacrifício que tive que fazer para estar viva, para ver minha família, para ver meus amigos, para ver meus filhos crescerem, estou em paz e estou bem com isso. Eu não estava com raiva. Eu não estava chateada”, contou Lucinda.
Alguns dias depois, ambas as pernas foram amputadas acima do joelho.
Preparando-se para uma nova vida
Lucinda Mullins ainda enfrentará uma cirurgia para amputar os braços, e os médicos esperam salvar as articulações do cotovelo, pois isso facilitará o uso de próteses. Todos os seus órgãos estão funcionando bem depois do seu tratamento.
Ela ainda está em um hospital de reabilitação, onde está aprendendo a controlar uma cadeira de rodas elétrica com a cabeça, fortalecendo o núcleo e trabalhando o equilíbrio.
Imagem de Capa: Arquivo Pessoal