Vamos fugir, pequena. Assim, sem aviso, sem dar satisfação para as pessoas, sem dizer nada, só vamos. Vamos rodar o mundo de mãos dadas, provar umas comidas exóticas em lugares mais exóticos ainda e um dia a gente volta. Se ficarem preocupados lá em casa, mandamos cartões postais. Se ficarem bravos, não tem problema, estaremos longe do raio sonoro das reclamações e discursos politicamente corretos que tentarão colocar nas nossas cabeças para nos provarem que isso é loucura. E se for, fod*-se, só vamos.
Vamos conhecer o Marrocos. Ouvi dizer que lá eles produzem vinhos e cervejas que são de agradar qualquer paladar. No caminho ainda pararemos nas pirâmides para tirar uma foto. Vamos realizar esse meu sonho de infância de conhecer a casa do faraó, e, me sentindo feito ele, e tendo você ao meu lado como Cleópatra, vamos para o canto do mundo se tu quiseres. É Londres que tu deseja para o fundo da nossa próxima foto? Paris? E se eu disser que na Europa tem um trem-bala que vai nos possibilitar os dois? Fecha os olhos e toma coragem, nosso amor não precisa de platéia. Vamos?
Vamos que eu te levo passear pelo rio Sena. Vamos que eu destrono a dona Elizabeth e te faço rainha do Reino Unido todo. Se os seguranças tentarem me impedir, te faço rainha do meu reino todo. Vamos que eu te pago uma cerveja alemã, um chocolate suíço e uma massa italiana. Vamos, que eu te levo pra onde a gente achar que devemos ir.
Nosso amor não precisa de platéia, pequena. Nosso amor precisa de nós dois, um sentimento verdadeiro, um laço que nos una, e uma vontade de conhecer o mundo de mãos dadas. Vamos, sem ter que dar satisfação, sem ter que avisar, sem ter que se preocupar com nada. Prometo-te que a gente manda alguns cartões postais pra quem ficar.
E aí, vamos?
Por: Júlio Hermann