Com as chuvas que causaram uma inundação histórica em todo o estado do Rio Grande do Sul, mais de 140 pessoas morreram e mais de uma centena estão desaparecidas.
Devido a trágica inundação, cerca de 77 mil pessoas foram levadas e estão vivendo no momento em abrigos.
Em meio à difícil situação, o chef de um restaurante de luxo decidiu dedicar sua cozinha sofisticada para a produção de papinhas destinadas a bebês que estão em abrigos na capital Porto Alegre.
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“Os primeiros relatos que a gente recebeu eram os de que muitas crianças pequenas estavam, fazia dois, três dias, à base de água, porque a comida que estava indo para os abrigos, em geral, não conseguiam ingerir”, contou o chef e proprietário do restaurante Capincho, Marcelo Schambeck, de 36 anos.
Bebês pequenos, com cerca de seis meses, estão em introdução alimentar, e ainda podem ter dificuldade de mastigar e ingerir alimentos com consistência mais sólida.
“Está sendo feito [nos abrigos], por exemplo, arroz de linguiça, coisas muito pedaçudas, que é difícil [para os muito pequenos] comer. A gente soube que estavam dando arroz misturado com leite, coisas assim”, explicou Marcelo.
Estão sendo produzidas e entregues nos abrigos cerca de 150 papinhas por dia. “A criança bem alimentada vai ter imunidade melhor, vai se acalmar mais. Criança com fome fica muito mais agitada”, disse Marcelo, que, junto com a esposa, também coordena uma cantina em uma escola particular da capital.
Além disso, Marcelo e outros donos de restaurantes estão priorizando a compra de alimentos dos pequenos agricultores, ajudando os produtores afetados pela enchente.
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Apesar de a localização do restaurante de Marcelo não ter sido afetada pela enchente, assim como grande parte da cidade, está há mais de uma semana sem abastecimento de água. O local estava fechado, mas agora se prepara para reabrir, conciliando seus pratos com a produção das essenciais papinhas para os bebês.
Imagem de Capa: Arquivo Pessoal