Num avanço significativo para a medicina odontológica, o primeiro medicamento capaz de regenerar dentes foi aprovado para testes em humanos ainda este ano.
Dessa forma, prometendo revolucionar o tratamento odontológico. Assim, oferecendo uma solução inovadora para a perda dentária, um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
O contexto da descoberta
O corpo humano possui cerca de 206 ossos, todos com uma notável capacidade de regeneração. No entanto, os dentes, apesar de compartilharem muitas características com os ossos, não possuem a mesma habilidade regenerativa.
Portanto, quando um dente é danificado, a solução comum é a extração, resultando em dor e na perda permanente do dente.
Essa realidade pode estar prestes a mudar com o novo medicamento desenvolvido por pesquisadores japoneses. Previsto para iniciar testes clínicos em humanos em setembro, o medicamento tem como alvo adultos que perderam pelo menos um molar.
O avanço se baseia em um estudo focado em um anticorpo específico relacionado ao gene USAG-1 (Uterine Sensitization Associated Gene-1). Este gene demonstrou inibir o crescimento dentário em estudos com furões e camundongos.
Dessa maneira, a inibição de USAG-1 mostrou-se benéfica para a regeneração dentária, impulsionando o crescimento de novos dentes.
Katsu Takahashi, chefe de odontologia do Instituto de Pesquisa Médica do Hospital Kitano e líder do projeto, explicou a importância das interações moleculares na formação dos dentes.
Moléculas como a proteína morfogenética óssea (BMP) e a sinalização Wnt são cruciais nesse processo. A equipe de Takahashi descobriu que a supressão do USAG-1 poderia estimular o crescimento de novos dentes, mas ainda não estava claro se isso seria suficiente para a regeneração completa em humanos.
Perspectivas futuras
Inicialmente, o teste foi feito em furões, pois possui padrões dentários semelhantes aos humanos e foi promissor. Desse modo, o próximo passo envolve testes em outros animais, como porcos e cães, para validar a eficácia do tratamento antes de prosseguir para os testes em humanos.
Manabu Sugai, da Universidade de Fukui e coautor do estudo de 2021, destacou que a engenharia de tecidos convencional não se adequa à regeneração dentária.
Em vez disso, a terapia molecular sem células, como demonstrado em seu estudo, oferece uma abordagem eficaz para tratar a agenesia dentária congênita, uma condição caracterizada pela ausência de dentes.
O início dos testes em humanos representa um marco importante no desenvolvimento deste medicamento revolucionário. Se os testes forem bem-sucedidos, este tratamento inovador poderá transformar a maneira como lidamos com a perda dentária, oferecendo uma solução permanente e restauradora.
Imagem de Capa: Canva