Paródia da “Última Ceia” na abertura das Olimpíadas de Paris gera polêmica

Nesta última sexta-feira (26), aconteceu a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, realizada no rio Sena. Contudo, houve uma onda de reações ao incluir uma paródia do famoso afresco de Leonardo Da Vinci, “A Última Ceia”.

A recriação, com drag queens, uma modelo transgênero e um cantor nu representando o deus grego Dionísio, recebeu aclamação de alguns e críticas de outros, especialmente da Igreja Católica e de políticos de extrema-direita.

A cerimônia, transmitida para milhões de espectadores ao redor do mundo, incluiu um segmento que celebrou a vida noturna vibrante de Paris e sua reputação como um lugar de tolerância e subversividade.

Por isso, reinterpretaram de forma ousada a famosa cena bíblica de Jesus Cristo e seus doze apóstolos, causando reações intensas.

Contudo, a Igreja Católica na França expressou seu descontentamento através de um comunicado emitido pela Conferência dos Bispos Franceses. “Infelizmente, esta cerimônia apresentou cenas de escárnio e zombaria do Cristianismo, que deploramos profundamente.”

Políticos de extrema-direita, tanto na França quanto internacionalmente, também criticaram duramente a apresentação. “Para todos os cristãos do mundo que estão assistindo à cerimônia Paris 2024 e se sentiram insultados por esta paródia drag queen da Última Ceia, saibam que não é a França que está falando. Mas uma minoria de esquerda pronta para qualquer provocação”, disse Marion Marechal.

“Abrir os Jogos Olímpicos insultando milhares de milhões de cristãos no mundo foi realmente um péssimo começo, queridos franceses”, disse Matteo Salvini, político italiano de direita.

Apoio à liberdade de expressão

Em contrapartida, defensores da liberdade de expressão e da diversidade elogiaram a ousadia da cerimônia. “Na França, as pessoas são livres para amar como quiserem. São livres para amar quem quiserem, são livres para acreditar ou não”, disse Thomas Jolly, diretor artístico do evento.

A França possui uma longa tradição de secularismo e anticlericalismo. Muitos consideram a blasfêmia, longe de ser um crime, um pilar essencial da liberdade de expressão numa sociedade democrática.

No entanto, a polêmica gerou uma enxurrada de opiniões nas redes sociais. “Parece que todo mundo se ofende. Leonardo é uma das imagens mais famosas do mundo ocidental e foi copiado, parodiado e alterado dezenas de milhares de vezes”, comentou David Aaronovitch, apresentador da BBC Radio 4.

“Não seria divertido se não houvesse polêmica. Não seria chato se todos concordassem neste planeta?”, disse Philippe Katerine, o cantor nu que participou da cena.

Imagem de Capa: Reprodução





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