As últimas palavras de partir o coração de uma adolescente que morreu após comer uma baguete da Pret A Manger foram reveladas por sua família anos após sua morte.
Natasha Ednan-Laperouse tinha apenas 15 anos quando perdeu a consciência e morreu de anafilaxia. A jovem sofria de alergia alimentar a vida toda e era rigorosa em relação à segurança, assim como sua família.
A adolescente não podia comer o bolo de aniversário nas festas e também tinha sempre que levar sua própria comida. Desta forma, para algum momento de emergência, ela sempre carregava uma EpiPen – um autoinjetor de adrenalina usado para reações alérgicas graves.
Seu irmão mais novo, tinha 13 anos quando ela morreu e agora tem 21, revelou como costumava lavar as mãos depois de comer e fazia com que os amigos da escola lavassem as mãos quando visitavam sua casa, para garantir a segurança de sua irmã.
Em entrevista ao The Times, Alex Ednan-Laperouse disse: “Ela lutou contra isso, mas era a vida dela que estava em risco, então ela ainda estava muito segura.”
Natasha não teve nenhuma reação anafilática nos nove anos que antecederam sua morte. No entanto, em 17 de julho de 2016, a adolescente comeu um sanduíche de alcachofra, azeitona e tapenade da Pret A Manger que ela comprou no Aeroporto de Heathrow sem saber que continha gergelim.
Logo após o embarque, ela sofreu anafilaxia em um voo para Nice, na França. Após o episódio, Alex recebeu um telefonema de seu pai, que estava acompanhando Natasha. Disseram-lhe que ela estava prestes a morrer em um hospital na França, pois o voo ainda atrasou seu acesso a cuidados médicos urgentes.
Foram horas de espera por notícias sobre se ela ficaria bem, quando Alex finalmente foi informado de que ela morreria em segundos e que ele teria que se despedir. “Foi tão inesperado, porque eu estava tão convicto de que ela sobreviveria e ficaria bem”, disse ele.
“Lembro-me de ter muito pouco tempo, dizendo: ‘Eu te amo, Tash. Você tem sido uma irmã incrível para mim. Muito obrigada por tudo.’ E o telefonema terminou e eu corri escada acima para um quarto sozinho, e eu simplesmente chorei. Eu chorei por horas.”
No entanto, Natasha continuou proferindo suas últimas palavras ao pai, Nadim.
Falando ao The Sun, ele contou: “É muito difícil aceitar isso, mas tive que encontrar uma maneira de superar. Aconteceu no meu turno. Morreríamos mil mortes para ter Natasha de volta.”
De acordo com o pai da jovem, as palavras finais de Natasha foram: “Não consigo respirar, estou sufocando, me ajude, papai”, antes de sofrer um ataque cardíaco que a matou.
Agora, Nadim tem compartilhado mais informações sobre alérgenos mortais. A família, que sempre foi cautelosa com as alergias de Natasha, ficou perplexa com o sanduíche que causou sua reação mortal.
No entanto, isso ocorreu porque a legislação da época não exigia que os alimentos produzidos no local exibissem informações sobre alérgenos nos rótulos. Para mudar isso, seus pais fizeram campanha para introduzir a Lei de Natasha em 2021 para garantir que todos os alérgenos fossem exibidos.
Eles venceram a batalha e agora é lei. A família também administra a Natasha Allergy Research Foundation, que luta por pesquisa clínica, campanhas e educação. Em 16 de dezembro seria o aniversário de 24 anos de Natasha, e Alex ainda se sente estranho por ser mais velho que sua irmã mais velha.
Mas a família continua celebrando sua vida em vez de se concentrar em sua morte. “Gostamos de lembrar das coisas engraçadas, das coisas bobas, de qualquer bom momento que tivemos com ela. Sei que Tash ficaria orgulhosa dos meus pais pelo trabalho que está sendo feito.”, disse Alex.
Imagem de Capa: Arquivo Pessoal