O medo de te perder é maior que qualquer tempestade

Eu acho que tu já passou por um momento desses, meu bem, quando o medo que tu tem de perder a pessoa que te faz feliz, é maior do que qualquer tormento ou tempestade. Quando essa coisa que corrói por dentro é um medo enorme da solidão; e quando eu digo solidão eu não digo estar sozinho, digo se sentir vazio de si mesmo.

Eu já me senti assim, meu bem, vazio de mim mesmo. Como se nada que eu botasse pra dentro fizesse cócegas; como se nada daquilo o que eu sentia, ou vivia, ou pensava, fosse o suficiente pra que eu pudesse encontrar um norte. Tudo passava por mim e saia sem deixar vestígios, sem causar essa coisa da saudade, da vontade da permanência. Você chegou e me preencheu. Tirou todo o meu vazio e me completou; hoje eu transbordo. Procurei muito tempo por alguma coisa que fizesse com que eu me sentisse assim, e encontrei em você.

“Aqui dentro o que tem me matado é essa coisa de não saber se amanhã eu vou acordar com você do meu lado ou não (…)”

É assim que eu me sinto, meu bem: com um medo de te perder que é maior que qualquer tormento ou tempestade. Lá fora tem ventania e chove forte; dobrando a esquina tem uma guerra e as pessoas tem se matado por tão pouco. Aqui dentro o que tem me matado é essa coisa de não saber se amanhã eu vou acordar com você do meu lado ou não; se amanhã vai ter cafuné e um abraço forte que nos salve do fim do mundo.

Não sei, meu bem. Tem sido assim. Tudo o que me traz a possibilidade de te perder me desconstrói. É uma coisa que faz doer a alma e tritura o coração; que perfura e faz arder na pele. Eu não quero sentir solidão de novo; não quero me sentir vazio e ausente de mim mesmo. Olha no meu olho e diz que tu fica. Que tu me preenche e que tu fica. Quem sabe assim o medo vai embora, a tempestade me cause algum pavor, e eu durma sorrindo.

Por: Júlio Hermann





Relaxa, dá largas à tua imaginação, identifica-te!