A renomada atriz brasileira Fernanda Rodrigues, de 44 anos, foi uma das convidadas do podcast “Quem Pode, Pod”. E durante a entrevista, ela afirmou que não mantém relação com seu pai há mais de 30 anos.
O motivo desse afastamento remonta a sua adolescência, quando, aos 13 anos, a artista incentivou a mãe a se separar do pai devido à sua ausência e falta de envolvimento na vida familiar.
“Foi libertador, para nós e para ele. Ele sumiu no mundo. Tive poucos contatos, eu encontrei ele umas quatro vezes, cinco. Em situações específicas. Ele é um cara do mundo, era sofrido para ele ficar preso nessa família. Não era o sonho dele”, contou.
Dessa maneira, ela relata a complexidade das relações familiares e as decisões difíceis que alguns indivíduos enfrentam em busca de sua própria felicidade e bem-estar emocional.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo professor de sociologia Karl Andrew Pillemer, da Universidade de Cornell (EUA), e publicada no livro “Fault Lines: Fractured Families and How to Mend Them”, aproximadamente 65 milhões de americanos decidiram se distanciar de algum familiar.
Essa tendência parece ecoar também no Brasil, onde profissionais de saúde mental observam um aumento na escolha do afastamento como meio de preservar a saúde mental.
Bem-estar e saúde mental
A especialista em terapia sistêmica familiar, Larissa Alves Teixeira Castelo, destaca que o afastamento muitas vezes resulta da intransigência em aceitar as escolhas pessoais do outro, seja em relação à religião, filiação política ou estilo de vida.
Dessa forma, permite que indivíduos se sintam mais à vontade para questionar ou se afastar de familiares que não contribuem positivamente para sua vida.
Lúcia Freire, diretora do Cecaf (Centro de Estudos, Consultoria e Atendimento Familiar) de Recife (PE), ressalta a importância de priorizar a saúde mental do indivíduo. Dessa maneira, Lúcia enfatiza que não se deve tolerar agressões de qualquer natureza em prol de uma suposta unidade familiar..
Para ela, o afastamento, quando necessário, deve ser acompanhado de apoio terapêutico para lidar com os sentimentos de culpa e possivelmente buscar a reconciliação.
O doutorando e pesquisador do Núcleo de Pesquisa Dinâmica das Relações Familiares na UFRGS, Fabrício Rocha, destaca o aspecto positivo da mudança na dinâmica familiar, que agora valoriza a igualdade e respeito mútuo.
Essa transformação permite que os indivíduos busquem grupos em que se sintam acolhidos, respeitados e amados, mesmo que não seja o núcleo familiar tradicional.
Com informações: Uol
Imagem de Capa: Reprodução/Fernanda Rodrigues