A vida de uma acompanhante de luxo pode ter diferentes experiências e perspectivas dentro dessa profissão. Algumas pessoas podem optar por começar esse trabalho por motivos financeiros, enquanto outras podem ser atraídas pela oportunidade de conhecer pessoas interessantes e viajar.
Independente do motivo, é fundamental lembrar que o respeito, a dignidade e a segurança são aspectos cruciais em qualquer interação humana, independentemente da profissão. Aqui, além de contar sua história, uma acompanhante de luxo decidiu revelar alguns segredos da profissão.
Sem revelar sua verdadeira identidade, Lola Almeida, de 33 anos, contou sua história ao Universa. Ela era casada e trabalhava como técnica de enfermagem e instrumentadora cirúrgica. No entanto, seu casamento era marcado por abusos psicológicos.
“Ele criticava tudo o que eu fazia e dizia que eu não precisava fazer faculdade. E não se preocupava com o meu prazer também. Fiquei na relação porque fui criada numa família com pai, mamãe e filhinho em que era feio se separar, então tentei manter ao máximo. Só me separei quando meu filho começou a ter problemas psicológicos vendo o meu casamento, que eu não estava feliz, e começou a apresentar problemas de agressividade. Vi que tudo isso estava prejudicando o meu filho e decidi me separar.”
Junto com o divórcio, vieram as dificuldades financeiras, então Lola decidiu entrar nessa profissão. “Com a enfermagem, eu trabalhava 12 horas por noite, todas as noites, e comecei a ficar menos com o meu filho. Não tinha dinheiro nem pra passagem do ônibus, nem pra comprar um lanche. Foi assim durante um ano, então resolvi ser acompanhante. E por minha conta, não foi nenhuma amiga que me levou”.
“Comecei a cuidar do meu corpo, comprei um carrinho bem simples na época e fui tocar a vida em site. O investimento pra ser acompanhante não é pouco, não é só sair trabalhando. É um investimento bem alto tanto em estética quanto em terapia. É pesado.”
Atualmente Lola é formada em pedagogia, com pós em neuropsicopedagogia. Discreta, ela não expõe o rosto nas redes sociais, onde conta com milhares de seguidores – só no Twitter são quase 50 mil.
“Meu principal desafio é não me expor, nós já somos muito expostas. No caso das meninas que mostram o rosto, elas enfrentam críticas muito fortes da sociedade e dos familiares. São guerreiríssimas. A grande maioria das acompanhantes têm um objetivo de vida: adquirir seu carro, sua casa, seu estudo, dar o melhor para o filho. Quando eu me aposentar, quero poder seguir sem ser criticada pelo meu passado.”
“Há uma desvalorização da nossa profissão perante a sociedade e o governo. A gente não é vista como profissional. Somos vistas pela maioria das pessoas como marginais. Valorização é, por exemplo, conseguir declarar o imposto sem precisar ficar mentindo, sem precisar inventar o que a gente faz. Ter que falar que eu trabalho como cuidadora de idosos se eu quiser abrir um CNPJ, porque a profissão é reconhecida, mas não é regulamentada.”, desabafou Lola.
Falando sobre alguns segredos das acompanhantes:
“O maior fetiche dos homens é a inversão de papéis na cama.”
“Quando atendo casais, o maior fetiche do homem é ver a mulher deles com outra mulher.”
“A acompanhante sempre tem que se cuidar. Manter unha, bronzeado, cabelo, academia. No meu corpo eu tenho lipo e silicone. É botox, é ácido hialurônico… Todo procedimento estético que vou descobrindo, eu faço. Com isso, gasto por ano, em média, R$ 20 mil.”
“Os homens procuram uma acompanhante pelo sexo, mas muitos deles são carentes. Não querem terminar o relacionamento, não são ouvidos em casa. Esse mito de que eles vão lá pra conversar não é mentira, é verdade.”
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