ALERTA: Mais de mil cidades brasileiras estão sem chuva há três meses

O Brasil enfrenta uma das piores secas de sua história recente, com mais de mil cidades sofrendo com a falta de chuva há pelo menos três meses, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

O mapeamento feito por satélite revela que 1.188 municípios brasileiros estão sem chuvas significativas, representando cerca de 20% do total de cidades do país.

Além disso, em aproximadamente 600 dessas cidades, a seca já ultrapassa metade do ano, com mais de 133 dias sem precipitações consideráveis. Segundo as informações, os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Tocantins, Bahia e São Paulo são os mais afetados.

Cidades mais atingidas pela seca

Entre os estados mais impactados, Goiás está no topo da lista, com quase todos os municípios sem chuva há mais de 100 dias.

Minas Gerais vem em seguida, concentrando a maior parte das cidades onde a seca persiste há pelo menos metade do ano. Mato Grosso, Tocantins, Bahia e São Paulo também apresentam regiões com estiagem prolongada, agravando problemas econômicos e ambientais.

Em São Paulo, por exemplo, a falta de chuvas já dura 39 dias, embora tenha ocorrido precipitação isolada em alguns pontos antes do início da atual onda de calor.

Contudo, especialistas afirmam que, por ser uma chuva de baixa intensidade e limitada a áreas pequenas, ela não foi suficiente para amenizar a seca. Por isso, não foi contabilizada nos dados do Cemaden.

Por que o Brasil está enfrentando essa seca histórica? Quais os impactos dela?

A severidade da estiagem no Brasil tem origem em uma combinação de fatores climáticos. O fenômeno El Niño desempenha um papel central ao elevar as temperaturas no Oceano Pacífico, alterando os padrões de chuva em todo o país.

Além disso, a atuação de bloqueios atmosféricos impediu que as frentes frias avançassem e trouxessem chuvas para diversas regiões, especialmente desde abril deste ano.

Um fator que colaborou com o agravamento da situação foi o aquecimento do Oceano Atlântico Tropical Norte. Dessa forma, contribuiu para mudanças nos padrões climáticos e prolongou a seca em várias partes do Brasil.

O impacto conjunto desses fenômenos climáticos cria um cenário desfavorável para a formação de chuvas, resultando em uma das estiagens mais longas já registradas.

No entanto, as consequências são diretas para o meio ambiente e as cidades afetadas. No Norte do país, por exemplo, algumas localidades estão completamente isoladas devido à estiagem.

Além disso, o baixo nível dos reservatórios ameaça a oferta de energia, já que grande parte da produção no Brasil depende de hidrelétricas. O cenário também contribui para o aumento das queimadas, especialmente na região amazônica e no cerrado, onde a vegetação seca se torna combustível para os incêndios.

Cerca de 3 milhões de km² do território nacional enfrenta os efeitos da seca. Desse modo, colocando em risco não apenas a segurança hídrica e energética, mas também a agricultura e a pecuária, que dependem da regularidade das chuvas para manter a produção.

O que esperar para os próximos meses?

Há dois meses, a previsão dos meteorologistas indicava que a chegada das chuvas em outubro poderia melhorar o cenário. No entanto, essa expectativa foi revista, e agora a previsão é menos otimista.

As chuvas que antes eram esperadas para o início da estação chuvosa podem atrasar até novembro, o que prolonga ainda mais a estiagem.

Além disso, a possível influência de um fenômeno La Niña leve também pode afetar o volume de chuvas esperadas. Assim, gerando incertezas sobre a recuperação das áreas atingidas pela seca.

A combinação de altas temperaturas com a falta de chuvas aumenta ainda mais a evaporação dos corpos d’água, impactando os níveis dos rios em várias regiões do país.

Imagem de Capa: Canva 





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