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Alzheimer pode começar na barriga: Gordura Visceral está ligada à demência e pode ser detectado até 20 anos antes

Um estudo apresentado na reunião anual da Sociedade Norte-Americana de Radiologia (RSNA) revelou que altos níveis de gordura visceral podem estar associados ao desenvolvimento precoce de Alzheimer.

Os pesquisadores da investigação identificaram que alterações metabólicas relacionadas a essa gordura podem ser observadas até 20 anos antes dos primeiros sinais da demência.

Gordura Visceral e o Cérebro

A gordura visceral, localizada na cavidade abdominal entre os órgãos, é conhecida por estar associada a diversos problemas metabólicos. No entanto, este novo estudo surpreendeu ao sugerir que este tipo de gordura também pode influenciar diretamente o acúmulo de proteínas amiloides no cérebro, que são os principais marcadores da Doença de Alzheimer. Essas proteínas causam danos irreversíveis às células cerebrais, sendo fundamentais no processo da demência.

A pesquisa envolveu 80 indivíduos com idade média de 49 anos e sem sinais de comprometimento cognitivo. A maioria dos participantes (57,5%) era obesa e passou por uma série de exames, incluindo ressonância magnética abdominal para avaliar a gordura visceral e análises de sangue para medir níveis de colesterol e resistência à insulina.

Os resultados mostraram que altos níveis de gordura visceral estavam associados ao aumento de placas de proteína amiloide no cérebro. Além disso, a resistência à insulina e baixos níveis de HDL (colesterol bom) também apresentaram correlação com os marcadores de Alzheimer.

As imagens mostraram que a obesidade e o excesso de gordura visceral também prejudicam diretamente o fluxo sanguíneo cerebral.

Importância do Diagnóstico Precoce

A pesquisadora principal, Dra. Mahsa Dolatshahi, destacou que as mudanças no cérebro podem ser detectadas ainda na meia-idade, permitindo intervenções precoces. “Modificações no estilo de vida, como perda de peso e redução de gordura visceral, podem ser eficazes para prevenir ou retardar o início da doença”, explicou.

Com quase 7 milhões de pessoas acima dos 65 anos vivendo com Alzheimer nos Estados Unidos, e mais de 1,7 milhão no Brasil, a identificação de fatores de risco precoce é crucial para a saúde pública. Cerca de 55% das demências estão ligadas ao Alzheimer, reforçando a necessidade de medidas preventivas.

Desta forma, manter hábitos saudáveis na meia-idade, incluindo uma dieta equilibrada e exercícios físicos, são essenciais não apenas para prevenir doenças cardiovasculares e diabetes, mas também para proteger a saúde cerebral a longo prazo.

Imagem de Capa: Canva

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