Amar implica em compreender os limites do outro e perdoar os seus excessos. É saber dar de si mesmo o presente que não se compra com dinheiro. É abrir a gaiola que criamos para o nosso “bichinho de estimação” e deixar aberta para ele ir ou ficar sem pressionar com chantagens emocionais ou mensagens passadas que o prendem na rede do “você disse isso em mil novecentos e bolinha…”
É amar esse pássaro que Deus trouxe para a nossa vida sem fazer dele escravo de nossas expectativas que são só nossas.
É deixar ele ir para que ele queira ficar, porque nunca se viu um prisioneiro amar o carcereiro.
Se ele não quiser ficar, é porque não é “seu”. Quem for “seu”, fará questão de ficar. Quem for de outra, fará questão de ficar com a outra. Esse “seu” não faz de você dona dele. Faz de você alguém a quem Deus delegou a responsabilidade de cuidar com amor do presente que você recebeu.
Quando conseguimos compreender que as pessoas são passageiras, pois elas irão partir de nós algum dia, ainda que seja somente com a morte, conseguimos compreender que elas devem ficar conosco porque querem ficar e não porque se sentem acuadas ou pressionadas. Por isso, ciúme é sentimento inútil, pois quem está conosco, é porque quer estar. Posse é atitude ilógica, pois ninguém é dono de ninguém.
E desespero é atitude tola, pois quem está na nossa vida é porque está cumprindo a sua missão conosco.
O processo de viver tem tempo para todas as coisas e todas as pessoas. Passe pelo processo sem querer fixá-lo nas parede do seu coração com um prego, como se fosse parar os ponteiros de um relógio. O relógio deve andar para que os novos minutos aconteçam e venham novas experiências e novos aprendizados nas nossas vidas.
Por: Márcia Barroso
Imagem de capa: Artem Beliaikin @belart84 de Pexels