Casar-se é um marco na vida de muitas pessoas, mas, para algumas, esse passo crucial pode transformar-se em uma experiência repleta de arrependimentos.
Neste artigo, exploraremos relatos sinceros de três mulheres que compartilharam suas vivências pós-casamento. Desse modo, destacam-se os desafios, as expectativas idealizadas e as razões por trás do desgosto conjugal.
O contexto de Natalia
Após dois anos em um relacionamento traumático, a empresária de 34 anos, Natalia, decidiu se casar com um homem que parecia ser uma mudança positiva. No entanto, no dia da cerimônia, o arrependimento já se fazia presente.
“No dia em que casamos no cartório e com festa, já me arrependi, porque nem sexo rolou. Ele era bem parado, sem pegada e eu que tomava a iniciativa. Então pensei: ‘Isso não vai dar certo’”, contou.
“Como eu já havia tido outros dois relacionamentos, pensei não poder me separar tão rápido para não decepcionar meus pais, que já haviam me rotulado de ‘rodada’ e estavam felizes porque arrumei um homem ‘direito’”, finalizou.
Esse cenário reflete uma tendência evidenciada por dados do Google Trends, que mostram um aumento nas buscas relacionadas ao arrependimento após o casamento nos últimos anos.
“Insisti em algo que não ia acontecer. Não caso nunca mais”, afirma após já estar no processo do divórcio.
Expectativas idealizadas e desgosto de Bruna
A corretora de imóveis Bruna Nascimento, aos 26 anos, casou-se movida pelo desejo de uma família tradicional, já que a mesma engravidou após 1 ano e meio de namoro. Contudo, após apenas seis meses, a realidade se impôs.
“Era muito independente, tinha meu trabalho, e ficar muito tempo em casa, cuidando de filho, me impactou bastante”, desabafa.
Dessa forma, Bruna destaca a falta de privacidade e a sobrecarga como fatores que contribuíram para o fim do casamento. O descompasso entre as expectativas e a realidade é uma constante nos relatos de desgosto pós-casamento.
“O que me levou ao divórcio foi a falta de comunicação e de empatia. Ele disse que eu não tinha coragem de me separar, então eu o fiz. Aprendi que temos que olhar mais para frente, e não lidar só com as emoções”, finalizou.
Os sinais ignorados por Talita
Talita Costa, protética de 36 anos, relembra um casamento relâmpago de 18 dias, marcado por sinais de agressividade do parceiro. Seu arrependimento está na pressa em tomar uma decisão crucial.
Aos 22 anos, Talita casou-se com esse homem e tudo está tranquilo. Contudo, ao contrariar uma vontade dele, o rapaz levantou a mão para bater nela, e a prensou contra a parede.
No dia seguinte, ao encontrar seu ex na casa da mãe dele, foi agredida com um tapa. Foi nesse momento que decidiu encerrar a relação. Um ano depois, em 2011, uniu-se em matrimônio com seu atual companheiro.
“O arrependimento que tenho foi o de não ter esperado mais um pouco, do contrário teria conhecido o meu marido atual e não teria passado pelo que passei. Ele é um amor. A gente pode esperar o melhor sem ter que se contentar com qualquer coisa”, desabafou.
Portanto, sua história destaca a importância de conhecer profundamente o parceiro antes de dar esse passo significativo.
Camila B.: Uma lição aprendida
A professora Camila B., aos 24 anos, casou-se em uma festa grandiosa, mas o cotidiano revelou a falta de sintonia com o parceiro. Seus pais havia a informado que era muito nova para casar, porém a família do noivo era muito religiosa.
“Ele já me irritava, e quando vinha me beijar, tinha nojo, mas me sentia culpada por ter acabado com o amor que eu tinha em tão pouco tempo”, desabafou.
A constatação de que já não amava seu marido antes mesmo do casamento levou-a ao divórcio após oito meses.
“Entendi que já não gostava dele antes do casamento, só que todas as etapas do noivado, os preparativos para a festa e toda a empolgação ofuscaram a falta de amor”, completou.
Reflexões de especialistas
Profissionais de saúde mental, como a psicanalista Claudia Brazil e a psicóloga Renata Santana, destacam a tendência de idealização do parceiro e a falta de maturidade para enfrentar os desafios matrimoniais como fatores-chave para o arrependimento.
Além disso, apontam questões sociais, como o machismo, que impactam negativamente as mulheres após a chegada dos filhos.
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