Caro amigo(a)
Se estás a ler isto, é porque já chegou o dia que não querias nem eu queria que chegasse. Sim esse mesmo, chegou o dia em que eu parti deste mundo. Provavelmente quando leres isso estarei deitado numa daquelas caixa de madeira toda bonitinha, com uma roupa toda moderna, começando a ser rodeado por muita gente que lamenta a minha partida e que agora não podem fazer nada porque já é tarde demais..
Lembras-te quando sorriamos os dois? Quando passávamos horas na conversa? Eram horas e horas sem fim, a falar contigo, a desabafar e a ouvir-te resmungar comigo, e agora? Esses momentos que tivemos juntos o que são agora para ti? Pequenas lembranças que guardas no teu coração? Simples memórias que te passam pela mente, ou são pequenos gestos que se calhar o tempo vai acabar por levar?
“Eras aquele amigo(a) que sabia sempre o que me dizer, até podias ralhar comigo muita vez, mas lá no fundo sabia que tu gostavas de mim e fazias isso tudo para o meu bem.”
Uma das coisas que me arrependo nesta vida, é de nem sempre ter a coragem suficiente, para dizer todos os dias o quanto és importante para mim, o quanto me fazias sorrir quando estavas triste, o quanto eras especial. Eras aquele amigo(a) que sabia sempre o que me dizer, até podias ralhar comigo muita vez, mas lá no fundo sabia que tu gostavas de mim e fazias isso tudo para o meu bem.
E agora? Com quem vais ralhar? Quem vais ouvir lamentar-se quando estava em baixo? Pois é, já não estou cá, para te chatear. Vais ter saudades minhas? Vais chorar por mim? Pois olha que eu vou, sempre que sentires um orvalho a cair por cima de ti, são lágrimas minhas de saudades tuas, sou eu que me estou a recordar dos momentos que tivemos juntos.
Um conselho, quando tiveres saudades minhas, olha para o mar, olha para o céu, ou então pára um pouco, e olha para dentro de ti, fecha os olhos, e lembra-te que dentro de ti tens sempre um pedacinho de mim.
Bem se diz que só nos lembramos do que a pessoa fez de melhor, quando morremos. Ate aposto que no meu funeral muita gente vai falar bem de mim, pena que quando fui vivo nunca ninguém se lembrou disso.
Apesar de nem sempre ter sido o melhor amigo do mundo, no fundo sempre tive orgulho em ti. Obrigado por me ouvires, obrigado por me aturares, obrigado por nunca me abandonares. Não tenhas vergonha de chorar por mim, ao menos eu saberei que as tuas lágrimas serão verdadeiras.
Bem, para morto que estou, até que já estou a falar de mais… Vou sentir tanto a tua falta, se pudesse levava-te comigo pró céu, mas não, ainda tens muito para viver. Nunca desistas dos teus sonhos, nunca deixes de ser quem és, pois foi por essa mesma pessoa, que eu me tornei amigo, e que me orgulhei nesses anos de amizade. Sempre que quiseres falar comigo, fala à vontade, não tenhas medo, não irei responder, mas vou te sempre escutar.
Perdeste um amigo, mas ganhaste um anjo da guarda… Não fiques triste, arranja amigos novos, arranja alguém que te faça sorrir como eu te fiz, e não venhas com as conversas do “não, ninguém te vai substituir” que isso comigo não funciona.
Eu sei que haverá alguém que te vai limpar as lagrimas, que te vai fazer sorrir de novo. Se esse alguém aparecer, deixa-o entrar na tua vida, deixa-o ocupar o vazio que deixei na tua vida. Não ficarei chateado contigo, pelo contrário, ficarei feliz, por saber que vais continuar a tua vida.
Bem fico por aqui, até um dia amigo(a), eu estarei esperando-te aqui no céu, para podermos nos divertirmos à moda antiga.
Um abraço, espero que sejas feliz. Nunca te esqueças és o(a) melhor amigo(a) do mundo.
Até sempre meu companheiro de viagem!
Por: Abel Barbosa