Recentemente, na Nova Zelândia, o Takahē, uma ave pré-histórica que havia sido considerada extinta, teve seu renascimento. O país que havia se esforçado para ter a sua conservação, teve o emocionante retorno do pássaro nas encostas alpinas da Ilha do Sul.
Tã Tipene O’Regan, com seus 87 anos, protagonizou um momento incrível ao abrir uma caixa de madeira e liberar um takahē de plumagem azul-turquesa brilhante. A ave, incapaz de voar, saltou da gaiola como uma bola de futebol lançada por um estilingue.
“Mesmo estando praticamente cego, ainda consegui vê-los”, compartilhou O’Regan, enquanto observava o takahē de pernas vermelhas brilhantes.
Este acontecimento possui grande significado, não apenas para os esforços de conservação, mas também para a tribo Ngāi Tahu, que possui as terras onde as aves foram reintroduzidas. Desse modo, Ngāi Tahu travou uma longa batalha jurídica pela recuperação dessas terras e agora celebra o retorno das aves que seus antepassados conheciam bem.
Os takahē são criaturas verdadeiramente únicas. Surpreendentemente evoluíram em um ambiente sem mamíferos terrestres nativos, adaptaram-se para preencher nichos ecológicos que normalmente mamíferos ocupariam.
Com cerca de 50 cm de altura, essas aves vivem nas montanhas e têm uma aparência quase pré-histórica, com seus corpos esféricos e plumagem azul-esverdeada.
A história dessas aves é repleta de desafios. Dessa forma, especialista a declararam extintas em 1898. Após sua redescoberta em 1948, os esforços de conservação incluíram a coleta e incubação artificial de ovos.
Graças a esses esforços, a população de takahē agora está em torno de 500, com um aumento de cerca de 8% ao ano. A captura e eliminação de predadores, como arminhos, furões e gatos selvagens, têm desempenhado um papel fundamental na proteção dessas aves.
Proteção das aves
O retorno das populações selvagens de takahē é uma parte crucial do esforço mais amplo da Nova Zelândia para proteger suas aves únicas e ameaçadas. O país está comprometido em eliminar seus piores predadores introduzidos, como ratos e gambás, até 2050.
À medida que esses esforços se expandem, espécies raras estão sendo reintroduzidas em ambientes naturais, como o kiwi, o pássaro nacional. Dessa maneira, ele foi reintroduzido nos arredores da cidade pela primeira vez em gerações no ano passado.
A libertação das aves takahē nas terras de Ngāi Tahu é um exemplo notável de colaboração entre o governo e uma tribo indígena. Para os Māori, essa reintrodução é um evento profundamente significativo, conectando-os com suas raízes ancestrais e sua luta pela recuperação de suas terras.
O’Regan, que teve o privilégio de testemunhar takahē vivos quando criança, expressa sua alegria com o retorno dessas aves à natureza. Ele descreve essa ocasião como o fechamento de um ciclo que começou há muitas décadas, e a alegria que isso traz é imensurável.
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