
Muitos imaginam que beber água da chuva é algo natural e inofensivo. No entanto, recentes estudos revelam que essa prática pode representar um grande risco para a saúde.
A contaminação ambiental transformou a chuva em um reservatório de substâncias tóxicas, tornando-a imprópria para consumo em qualquer parte do mundo.
A evolução do problema: Da chuva ácida aos “químicos eternos”
Nos anos 1970, a chuva ácida era um dos principais problemas ambientais. A queima de combustíveis fósseis liberava dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio na atmosfera, que reagiam com a água formando ácidos sulfúrico e nítrico.
Dessa forma, resultando em chuvas altamente ácidas, capazes de destruir ecossistemas aquáticos, florestas e até prejudicar a saúde humana.
Graças a políticas ambientais e regulações mais rígidas, a chuva ácida foi significativamente reduzida em muitas regiões. No entanto, um novo inimigo invisível surgiu: os PFAS (per- and polyfluoroalkyl substances), conhecidos como “químicos eternos”.
O perigo dos PFAS na chuva
Os PFAS são compostos sintéticos altamente resistentes à degradação, permanecendo no meio ambiente por séculos. Estudos mostram que essas substâncias estão presentes na chuva em níveis muito acima dos limites seguros estabelecidos por agências reguladoras, como a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA).
Os PFAS são associados a várias doenças graves, incluindo:
- Cânceres diversos
- Toxicidade no desenvolvimento fetal
- Infertilidade e complicações na gravidez
- Colesterol elevado
- Doenças da tireoide
- Problemas hepáticos
Esses compostos estão presentes em locais remotos, como a Antártida e o Himalaia, demonstrando que a poluição se espalhou por todo o planeta.
A presença de microplásticos na chuva
Além dos PFAS, cientistas descobriram que microplásticos estão chovendo sobre nós diariamente. Esses fragmentos microscópicos de plástico já foram detectados em nuvens no topo do Monte Fuji e em regiões selvagens dos EUA.
De acordo com estudos, cerca de 4% das partículas presentes na atmosfera são compostos sintéticos. O impacto dessas partículas na saúde humana ainda está sendo estudado, contudo, há preocupações sobre possíveis efeitos no sistema respiratório, digestivo e na disseminação de vírus e bactérias.
O futuro da água da chuva
A contaminação global da chuva levanta questões sobre como garantir o acesso à água potável segura, especialmente em regiões que dependem da chuva para o abastecimento.
Embora existam tecnologias para filtrar parte dessas impurezas, muitas regiões não possuem infraestrutura adequada para tratar a água contaminada.
Infelizmente, os PFAS e os microplásticos continuam a se acumular no meio ambiente, tornando a chuva imprópria para consumo humano por décadas ou até séculos.
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