Nos últimos dias, a qualidade do ar em diversas regiões do Brasil, especialmente em São Paulo, atingiu níveis alarmantes. Desse modo, superando até mesmo cidades notoriamente poluídas como Nova Déli, na Índia.
Além disso, algumas áreas do país registraram umidade relativa do ar inferior à do deserto do Saara, tornando a situação ainda mais crítica.
Mas por que isso vem ocorrendo?
São diversos fatores que têm contribuído para essa degradação da qualidade do ar, incluindo altas temperaturas, tempo seco e incêndios florestais. Na segunda-feira (9), em São Paulo, a qualidade do ar oscilou entre os níveis “ruim” e “muito ruim”, de acordo com dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
O índice de qualidade do ar (AQI), medido pelo site suíço IQAir, registrou 160 na capital paulista. Dessa forma, colocando a cidade como a mais poluída do mundo naquele momento, à frente de metrópoles como Déli, Doha e Jacarta.
O AQI classifica a qualidade do ar em diversas categorias, sendo que valores entre 151 e 200 são considerados “insalubres” e entre 201 e 300, “muito insalubres”. Acima de 301, o ar é classificado como “perigoso”. São Paulo, com 160, chegou a liderar o ranking de cidades mais poluídas do mundo, sendo superada apenas por Lahore, no Paquistão, ao longo do dia.
Contudo, essa situação de poluição extrema não é exclusiva de São Paulo. Cidades da região metropolitana, como Osasco e Guarulhos, também registraram índices acima do ideal, com qualidade do ar prejudicada pela combinação de poluição veicular, indústrias e queimadas.
Já as outras regiões no Brasil estão enfrentando uma seca tão severa que os índices de umidade estão mais baixos do que no deserto do Saara. Porto Velho, em Rondônia, registrou umidade de apenas 12%, enquanto Rio Branco, no Acre, chegou a 10%.
Uma estiagem prolongada exacerbou essa situação, coincidindo com um aumento incomum na umidade em áreas do norte da África, como o Cairo, que registrou 51% de umidade na mesma data.
Impactos para a saúde
Os efeitos da baixa qualidade do ar e da seca severa vão muito além do desconforto. Portanto, a exposição prolongada a níveis insalubres de poluição pode provocar uma série de problemas respiratórios, cardiovasculares e agravar condições crônicas, como asma e bronquite.
Além disso, a umidade extremamente baixa pode causar ressecamento das vias respiratórias e pele, aumentando o risco de infecções.
A previsão para os próximos dias não traz alívio. De acordo com a MetSul Meteorologia, uma massa de ar quente e seca continua a cobrir grande parte do Brasil, com temperaturas ultrapassando os 40°C em diversas regiões e umidade do ar inferior a 10%.
Essa combinação perigosa eleva o risco de incêndios florestais, como os que já estão sendo registrados em áreas da Amazônia e Cerrado. Dessa maneira, pode intensificar ainda mais os níveis de poluição atmosférica.
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