
A tradicional xícara de café dos brasileiros está se tornando cada vez mais cara — e agora também mais difícil de acessar nos supermercados.
Em várias regiões do país, redes de varejo têm recorrido a grades antifurto nas prateleiras para proteger o produto, que sofreu um aumento de preço alarmante nos últimos 12 meses.
Com alta superior a 77% no Brasil e chegando a mais de 100% em algumas capitais, o café moído se tornou um item de valor quase “premium”. Dessa maneira, sendo tratado com o mesmo nível de segurança que artigos de alto custo.
Por que o café ficou tão caro?
A disparada no preço do café tem explicações tanto nacionais quanto globais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a principal causa foi a quebra de safra no Vietnã, um dos maiores produtores do mundo, somada a eventos climáticos extremos que também afetaram a produção no Brasil.
Além disso, com a oferta reduzida no mercado internacional, o preço da saca do grão disparou. Desse modo, refletindo diretamente no bolso do consumidor.
De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA):
- O café moído está, em média, 77,78% mais caro do que em março de 2024.
- Em Belo Horizonte, o aumento foi de impressionantes 100,72%.
- Outras cidades com elevação acima da média nacional incluem Goiânia (+100,46%), Aracaju (+91,95%) e Vitória (+88,96%).
Grade na prateleira: nova realidade nos mercados
A consequência mais visível dessa inflação foi a mudança no comportamento dos supermercados. Alguns supermercados instalaram grades ou trancas nas prateleiras de café para evitar furtos.
A medida pode parecer extrema, mas reflete um dado preocupante: com os preços tão altos, o café virou alvo de pequenos furtos em vários estabelecimentos.
No entanto, com os altos valores, o consumo de café no Brasil pode cair, principalmente entre as classes mais afetadas pela inflação. O café, que sempre foi símbolo de hospitalidade e parte do cotidiano dos brasileiros, começa a “sobrar” nas prateleiras.
Além do café moído, outros derivados da bebida também registraram aumento, afetando desde cápsulas até misturas solúveis.
O que esperar para os próximos meses?
Segundo os especialistas, os preços podem se manter elevados ao longo de 2025, a menos que haja recuperação nas safras e condições climáticas mais favoráveis. A recomendação é acompanhar o mercado e buscar marcas alternativas, promoções ou até compras coletivas para driblar os preços.
Uma sociedade decente conta com firmeza nos pilares da segurança, da economia e da educação. Agora, essa imagem representa a deterioração de cada um deles. Os envolvidos estão de “parabéns”, viu? Essa culpa eu não carrego!https://t.co/53qXd3RtuD pic.twitter.com/dh92gYo9fV
— Flávia Pais da Silva (@flaviapaissilva) April 15, 2025
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