Minúsculos chips implantados no cérebro permitiram que uma mulher conseguisse “falar” novamente, 11 anos depois que ela começou a sofrer do mesmo distúrbio que o físico teórico mundialmente conhecido Stephen Hawking.
Até 2012, antes do avanço de sua doença, Pat Bennett, de 68 anos, costumava andar a cavalo, correr diariamente e trabalhar com recursos humanos. Isso por que ela possui esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença neurológica que afeta neurônios motores no cérebro e na medula espinhal que controlam o movimento muscular voluntário – como falar.
É a mesma doença que recentemente tirou a vida do parceiro de Sandra Bullock, Bryan Randall, e também do famoso físico Hawking em 2018.
O estudo
Mas um estudo realizado pela Universidade de Stanford, nos EUA, deu a Bennett uma nova luz. Quatro sensores do tamanho de um comprimido foram implantados em seu cérebro. Através desses sensores, ela é capaz de comunicar seus pensamentos diretamente de sua mente para um monitor de computador a uma velocidade recorde de 62 palavras por minuto.
O professor Philip Sabes, da Universidade da Califórnia , cofundador da Neuralink de Elon Musk, descreveu este novo estudo como um “grande avanço”.
Bennett passou por 26 sessões, com duração de cerca de quatro horas cada uma, para treinar o algoritmo de Inteligência Artificial a identificar qual atividade cerebral corresponde a 39 fonemas principais – que são sons para você e para mim – usados no idioma falado.
Durante cada sessão de treinamento, Bennet tentava comunicar com eficácia cerca de 260 a 480 frases – selecionadas aleatoriamente.
Apesar de ainda conter uma taxa de erro, a velocidade do algoritmo está se movendo três vezes mais rápido que os modelos anteriores e mostra que está se aproximando da taxa natural da conversa humana de cerca de 160 palavras por minuto.
Conforme relatado pelo Daily Mail, Bennett escreveu por e-mail: “Esses resultados iniciais comprovaram o conceito e, eventualmente, a tecnologia irá alcançá-lo para torná-lo facilmente acessível para pessoas que não conseguem falar. Para aqueles que não são verbais, isso significa que podem permanecer conectados com o mundo maior.”
A experiência de Bennett com ELA foi mais rara, pois ela acrescenta: “Quando você pensa em ELA, pensa no impacto de braços e pernas. Mas num grupo de pacientes com ELA, começa com dificuldades de fala.”
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