Segundo estatísticas, os jovens e as mulheres são os mais propensos a admitir que se sentem sozinhos, em comparação com pessoas com 70 anos ou mais.
Em uma série da BBC Radio 4, a “Woman’s Hour”, a solidão é um tema conversado com mulheres que a vivenciaram, onde é discutido o impacto na saúde, na sociedade e nas formas como poderemos aliviar se sentir só.
Na primeira parte da série, duas jovens compartilharam sua experiência de solidão. Beth McColl, 30, e Rachael Devine, 33, lutaram contra o sentimento de solidão e a vergonha que tantas vezes acompanham isso.
“Sempre fui feliz por estar sozinha”, diz Beth. “Estou muito apegada a esta ideia da minha própria independência. Quase parecia que eu teria que realmente lutar com minha própria identidade se estivesse sozinha. Então, eu neguei. Pensei: ‘Isto é para outras pessoas’.
Rachael disse: “Parecia uma espécie de inseto. Eu ignorei isso por um tempo. Então coloquei no Twitter e perguntei se mais alguém estava passando por isso, e tive conversas realmente profundas. Acontece que eu estava sozinha há um tempo. Nada mudou na minha vida. Todas as circunstâncias materiais eram as mesmas. Pensei: ‘Não posso estar sozinha.’ Mas eu estava.”
“Foi como se uma lente tivesse passado pela minha visão e estivesse distorcendo as coisas. Eu levaria minha vida normalmente – faria essas viagens sozinha, escreveria em casa – mas em vez de achar isso realmente fortalecedor, simplesmente me sentia esgotada. Eu saia e as pessoas pareceriam hostis. E eu senti uma distância enorme entre meus amigos. Foi tão bizarro.”
Rachael afirma ser estranho se sentir assim, porque sempre gostou de estar sozinha. Mas que estar sozinho é diferente de ser sozinho.
“A solidão se torna consumidora. Há um pouco de mim que se sente muito envergonhado por ter 33 anos e estar muito sozinha. Tudo o que ouço há muito tempo é que seus 20 anos são os melhores anos da sua vida ou que seus 30 anos são os melhores anos da sua vida. Você está destinado a ter momentos incríveis. E estou sentado aqui me sentindo muito sozinho.”
“Existe aquela solidão reacionária que pode surgir com um luto, com uma grande mudança ou com uma mudança de circunstâncias”, diz Beth. “Mas é quando essa solidão dura mais tempo que começa a parecer algo vergonhoso.”
“Acho que estamos sentindo muita falta de comunidade em todos os lugares”, diz Rachael. “A comunidade conserta muitas coisas. Nos precisamos disto. Mas também, todos os meus amigos estão ocupados, trabalhamos muito, estamos esgotados, estamos cansados… Estou tentando encontrar um dos meus amigos e demoramos dois meses porque foi aquele conflito horrível de diários. Então, em parte, isso pode ser corrigido e ajudado pelas pessoas, mas, em última análise, acho que também é necessário que haja mudanças na sociedade.”
Seja falando sobre isso nas redes sociais ou até mesmo conquistando uma nova amizade. Isso ajuda a tratar pelo menos uma das situações de solidão de uma pessoa. Ao compartilhar essa experiência, deixa de ser algo que isola.
Tente se distrair com outras atividades ou procure fazer algo que realmente te absorva. Porque estar totalmente dedicado em alguma coisa em sua própria companhia e ser feliz na sua solidão por um tempo pode ajudar.
Por vezes você se sente sozinho pela fase da vida. De repente, você é o único amigo solteiro ou o único que está se tornando pai. Por isso, pode ser um benefício ter amplos grupos de amizade.
Existem evidências de que o pensamento das pessoas se torna mais negativo quando elas se sentem sozinhas. Desta forma, sua interpretação também pode se tonar mais negativa. Analise seus pensamentos e se você pensa que ficar sozinho é um fracasso, um fim de semana onde você passa algumas noites sozinho é um fracasso ou até mesmo ser solteiro é um fracasso, isso é uma crença de que você precisa começar a desafiar.
Não se culpe por se sentir mal por estar se sentindo solitário. Você precisa se cuidar e ser gentil consigo mesmo ao fazer isso.
Imagem de Capa: Canva
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