Sou a favor da ideia de que, na vida, devemos topar com aquelas pessoas que topam connosco, que têm assuntos e interesses em comum. Acredito, mesmo, que é necessário partilhar planos, metas, objetivos singulares e únicos, mas de interesse mútuo. Afinal, não há relacionamento possível sem algum traço de intimidade, algo a partir do qual se possa partilhar comentários, risadas ou, quem sabe, até mesmo sentimentos devastadores.
Mas, convenhamos, é muito bacana topar uma viagem, uma festa, um cineminha em casa. É muito incrível que pessoas queiram estar juntas para planear projetos, descobrir soluções e articular prazeres a dois. O contacto que nasce de um interesse em comum é uma bênção, mas nada é tão genuíno, tão incrivelmente único, quanto querer fazer até absolutamente nada com alguém.
Não por vagabundagem ou desinteresse, mas por ver, na presença da pessoa, o que há de mais genuíno em se partilhar bons momentos, em querer estar junto, independentemente de motivos, sem a necessidade de porquês.
É que o mundo está cheio de gente apressada, apegada à rotina, interessada em fazer planos e realizar tarefas, executar funções e alcançar objetivos.
Nessa paranóia coletiva por cumprir horários e finalizar começos, onde competimos para ver quem chega primeiro, optar por ficar parado só a observar o movimento, sem qualquer pretensão com isso, tem tanto de raro como de maravilhoso.
E é justamente isso que procuro ter contigo. Um nada, um grande e imenso nada, para fazer na tua companhia. Porque, ao colocar a tua mera presença acima dos meus planos pessoais, acima de minha necessidade artificial de buscar alcançar os meus objetivos, isso só pode significar uma coisa: que tu és incontestavelmente especial.
Que o nada seja o nosso tudo, e que o simples contacto de te ter ao lado seja suficiente para nós.
Por: Alysson Augusto
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