Nos últimos anos, muitas crianças vem preocupando pais e professores pela sua forma de falar. Dessa maneira, elas adotaram uma forma curiosa de comunicação: cortar palavras ao falar.
Frases incompletas, como “professora, licen’?” ou “eu vou com”, tornaram-se comuns em conversas informais. Esse fenômeno intrigante, que lembra o sotaque mineiro, parece estar ligado ao impacto das redes sociais, especialmente ao YouTube.
Recentemente, em suas redes sociais, a atriz Ana Cecília Banal publicou um vídeo em que mostra sua cunhada de 10 anos “comendo” as sílabas finais de frases. O vídeo viralizou e já acumulou cerca de 3,5 milhões de visualizações.
@cecibanal To chocada KKKKKKKKKK #corteseco #criança ♬ som original – Ana Cecília Banal
Desse modo, despertando um debate nos comentários: muitos pais e professores relataram observar o mesmo comportamento em crianças próximas.
Uma das hipóteses levantadas é a influência direta da edição de vídeos online. Youtubers e criadores de conteúdo utilizam “cortes secos” para deixar suas produções mais dinâmicas. No entanto, a repetição desses vídeos por crianças pode estar levando-as a reproduzir, de forma inconsciente, essa característica na vida real.
“Acredito que, como as crianças assistem muito, acabam incorporando esse estilo de fala, seja por acharem engraçado ou por assimilação natural”, explica Ana Cecília.
A professora de inglês Clarice Cumarú também percebeu essa tendência em suas turmas. “Nas crianças mais novas, o corte de palavras era quase constante. Já os mais velhos faziam isso como brincadeira ou em momentos específicos.”
Portanto, Clarice acredita que, além do consumo de conteúdo online, a convivência em grupo contribui para a propagação desse hábito.
Mesmo alunos sem acesso direto a redes sociais acabam adotando a prática. “Eles absorvem isso por osmose, convivendo com colegas que consomem esse tipo de conteúdo”, comenta Clarice.
@odeioabobora Pq as crian- tao faland- corta-???? #fy #fyo #for you #escola #professor ♬ som original – Clarice Cumaru
De acordo com a fonoaudióloga Juliana Trentini, esse fenômeno é um reflexo natural da plasticidade infantil. Dessa forma, as crianças moldam sua fala a partir do ambiente, seja por influência familiar, local ou, neste caso, digital.
“Não se trata de uma alteração na linguagem, mas de um fenômeno linguístico que reflete a exposição a novos estímulos. Com o tempo, elas saberão adequar a fala a contextos mais formais, como a escola ou o trabalho”, disse Juliana Trentini.
No entanto, Helena Bolli Mota, da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, alerta para casos em que o hábito pode comprometer a comunicação. Se a criança não for compreendida ou apresentar dificuldades na alfabetização, os pais devem buscar orientação.
Portanto, é necessário controlar o tempo de tela e o tipo de conteúdo acessado pelas crianças é fundamental.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda limites diários de até 1 hora para crianças de 2 a 5 anos e 2 horas para aquelas entre 6 e 10 anos. Além disso, atividades como leitura, contação de histórias e diálogos presenciais ajudam a equilibrar o impacto das telas na linguagem.
“Esse tipo de comportamento, quando encarado como brincadeira, não é motivo de preocupação. O problema surge quando ele afeta a clareza da fala ou dificulta a comunicação. Por isso, o acompanhamento ativo dos pais é essencial”, destaca Helena.
Imagem de Capa: Canva
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