Se você se considera inteligente, provavelmente percebeu uma atitude marcante em sua personalidade: você se socializa menos em comparação aos seus colegas. Dessa forma, acaba se preocupando se isso é normal ou se essa atitude pode te prejudicar de alguma forma.
Contudo, estudos afirmam que pessoas com maior inteligência tendem a apresentar níveis mais elevados de ansiedade, especialmente em relação à interação social, dado que são mais perspicazes e reflexivas do que a média da população.
No entanto, uma pesquisa publicada no British Journal of Psychology revelou que essa preferência pela solitude vai além do que se imaginava, e existem razões intrigantes por trás disso.
A pesquisa
Em primeiro lugar, é importante entender o contexto do estudo. Os psicólogos evolucionistas descobriram uma conexão entre a interação social frequente e uma possível redução da satisfação com a vida, especialmente entre indivíduos mais inteligentes.
Para investigar essa relação, foram entrevistados adultos entre 18 e 28 anos. Dessa forma, os resultados indicaram que aqueles que viviam em áreas densamente povoadas e mantinham maior frequência de socialização com amigos relataram níveis mais baixos de felicidade.
Essa pesquisa propõe a teoria da “savana”, alegando que a felicidade moderna está enraizada em comportamentos que eram benéficos para nossos ancestrais nas sociedades primitivas. Sob essa perspectiva, indivíduos mais inteligentes possuem maior habilidade para se adaptar aos desafios da vida contemporânea e estão mais inclinados a buscar seus próprios caminhos, deixando de lado a necessidade de pertencimento tribal.
Em suma, pessoas inteligentes preferem se socializar menos porque encontram sentido em suas vidas através de suas próprias realizações, sem depender fortemente do grupo social. Quando confrontadas com a escolha entre “pertencer” ou traçar seu próprio caminho, elas têm maior probabilidade de optar por seguir seus instintos e objetivos pessoais.
Para sustentar essa teoria, podemos observar que as pessoas relatam maior felicidade em cidades menores, fenômeno denominado “gradiente de felicidade urbano-rural”.
Isso pode se dever a diversos fatores, mas provavelmente está relacionado ao fato de que as pessoas prosperam em círculos menores, onde estabelecem conexões mais íntimas e genuínas. Em ambientes urbanos menores, há um senso de comunidade e pertencimento mais forte.
Nessas comunidades menores, o foco está em quem você é e como se relaciona com os outros. Pessoas inteligentes frequentemente preferem investir em relacionamentos mais significativos, valorizando a qualidade em detrimento da quantidade.
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