Daqui a pouco é Natal, daqui a pouco estaremos em 2016, daqui a pouco serão 30 anos. Daqui a pouco, posso tentar dizer tudo o que mudou. Daqui a pouco, data nenhuma vai fazer alguma diferença. A verdade é que independente do tempo, tudo segue igual. Afinal, essa é a lei da vida. E embora muitas transformações tenham acontecido até aqui, somos os mesmos aos dez anos, aos vinte anos, e ainda seremos iguais aos trinta ou sessenta anos, tanto faz a idade.
Talvez a gente fique um pouco mais esperto, quem sabe menos previsível, assim eu espero. E claro, que já estejamos craques em arriscar e recomeçar. Essa experiência que todo mundo cobra sobre o nosso amadurecimento, no final das contas, serve mesmo para aprimorar os nossos objetivos. Pois a nossa essência, aquilo que proporciona sentido as nossas escolhas, essa nunca muda. É como se a gente fosse comprando um monte de roupas novas, mas ainda assim, continuar usando aquelas velhas e preferidas. Carregando assim, todas nossas tralhas internas. E com todas essas tralhas dentro de mim, consigo chegar nessa conclusão: temos que parar de se apegar a um número, a uma dezena ou a qualquer outra coisa que nos desperte a vontade de retroceder.
Eu espero, do fundo do meu coração, que em 2015 eu tenha deixado alguma marca em você. Como sabemos, nem todas elas são boas: errar é humano. Mas que nas experiências ruins, eu possa ter me desculpado. Que eu tenha sido corajosa em estufar o peito para assumir o meu erro. Que eu tenha sido cautelosa nas escolhas para não prejudicar o próximo, e solidária, quando me foi exigido um pouco mais de paciência. Que tenhamos compartilhado histórias, conselhos, alegrias e lágrimas. Que o meu abraço tenha deixado saudade e perfume na sua camisa. Que as minhas palavras tenham te confortado, mesmo que indiretamente. Que eu tenha estendido os dois braços, quando você precisou apenas de um. Que eu tenha agregado na sua vida, e devido a isso, você queira me levar daqui para frente. Que sejamos cada vez mais próximos, porque a despedida é sempre um breve instante do retorno. Vamos seguir de mãos dadas?
Agradeço a todos que somaram, dividiram, multiplicaram e compartilharam qualquer tipo de contato comigo. Agradeço pela amizade, companheirismo, lealdade, felicidade e amor. Agradeço por me cuidarem, me protegerem e me orientarem. Agradeço por me ensinarem, por me perdoarem e por apostarem qualquer ficha que dependesse do meu caráter e da minha dedicação. Agradeço por confiarem em mim, por desabafarem, por encontrarem no meu canto preferido, um lugar seguro para solidificar morada. Agradeço por me tornarem uma pessoa melhor, por retribuírem completamente todo o amor que eu consigo transbordar através dos meus textos. Vocês me fazem continuar, cada vez mais.
Então, é isso…
Bom, 2015 está na reta final e seria injustiça da minha parte dizer que ele foi ruim. Afinal, aconteceram tantas coisas boas que é impossível uma afirmativa contrária. Durante todo esse tempo, eu conheci pessoas maravilhosas e tive oportunidades de crescimento profissional. Em todos os dias que passei, eu busquei a esperança em cada detalhe e também chorei. Chorei muito, e confesso que às vezes, acabei sendo um pouco ingrata por desejar que 2016 pudesse chegar mais rápido.
Agora penso em tudo o que eu planejei, realizei e concretizei. Penso em tudo o que eu poderia ter feito, o que deveria ou não ter sido diferente. Penso em tudo o que eu aproveitei, e nas chances que eu desperdicei. Penso nas burradas que abri mão, e por tudo o que eu deixei de fazer. Penso nas obrigações que fiz sem dedicação, e nas expressões desnecessárias quando estava descontrolada. Agora bate um certo arrependimento, mas eu prometo fazer diferente. Sinto vontade de ter mais tempo. De poder consertar as coisas, buscar mais soluções, de terminar o que ficou inacabado e reconstruir o que não deveria ter tido um ponto final. Sinto um tesão absurdo de querer conquistar o mundo, de me entregar mais e arrancar todos os seus sorrisos. Seja lá quem você for.
Em poucos dias, estaremos em 2016. Uma nova lista de objetivos será estipulada, novos planos serão traçados, novas metas serão descritas e melhorias nas atitudes serão aceitas. O ano de 2015, para mim, ficará na lembrança apenas por todo o aprendizado que me proporcionou. Nesse momento me resta dizer que eu prometo ser mais forte, em todos os possíveis sentidos. E aproveitar os novos anos que virão, com ganância de viver.
Nostalgia é bom por alguns segundos, mas ela só serve mesmo, para nos ajudar a entender, compreender, aceitar e gostar ainda mais do que nos tornamos hoje. Não perca tempo, não tenha vergonha, não tenha medo: seja feliz, seja você.
2015, que você siga em paz e ceda lugar a um novo e próspero ano.
E que o novo seja doce. Para mim, e para todos vocês.
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