João Costa é um homem quilombola, de raça negra e filho de pais lavradores, proveniente de uma família pobre e humilde, que é a prova de que com muita dedicação, esforço e empenho, todos os sonhos são possíveis de se realizar.
Depois de muita luta conseguiu realizar o sonho de ser médico ao concluir a faculdade de Medicina e tornar-se o médico da sua povoação, em Sítio Alto, em Simão Dias, no Sergipe.
“João sabia bem que a única forma de poder melhorar a sua qualidade de vida e da sua família era a estudar.”
Vindo de uma família de 11 irmãos, pobre e humilde, criado na roça, João sabia bem que a única forma de poder melhorar a sua qualidade de vida e da sua família era a estudar. Contudo, ainda encontrou bastantes dificuldades pelo caminho, não só económicas, faltando itens básicos, como roupas e alimentos; mas também psicológicas, com imensas pessoas a desacreditarem no seu sucesso e a colocarem em causa a sua capacidade de superar as adversidades e atingir o seu objectivo.
“Muitas vezes me questionava se seria possível, se eu era capaz. Recebi muitos comentários desencorajadores, de pessoas próximas inclusive, pelo fato de ser uma pessoa pobre, vindo da roça, negro e proveniente de escola pública. Conseguir curar Medicina? Muitos consideraram improvável! Mas, Deus e o destino foram maravilhosos comigo.”, disse João num relato do próprio ao site Lagartense.
Aos 17 anos, João conseguiu passar em terceiro lugar no curso de Medicina da Universidade Federal do Sergipe, campus Lagarto, após seis longos anos de estudo e muitas batalhas pelo meio, “já que o sustento [da família] ainda é provido pelo trabalho na roça e por benefícios sociais de distribuição de renda”.
A Universidade Federal de Sergipe partilhou a sua conquista através de uma publicação no Facebook, acabando esta por se tornar viral com mais de 7 mil gostos e 8 mil partilhas.
João ainda deixou uma mensagem, tentando desta forma inspirar outras pessoas a nunca desistirem dos seus sonhos, independentemente dos problemas que possam surgir:
“No pouco que vivi aprendi que quando as dificuldades baterem na sua porta deixe-as entrar! Nada melhor que os desafios para instigar a evolução humana. Acredito que se eu não tivesse tantas dificuldades não estaria me graduando em Medicina, curso ainda elitizado e estereotipado em nossa sociedade.”
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