Os meteorologistas, que estudam o clima diariamente, sentem intensamente a crescente ameaça das mudanças climáticas. O aquecimento global, que antes parecia uma preocupação distante, já é uma realidade presente, com impactos globais e locais, como as nove ondas de calor registradas no Brasil em 2023.
Especialistas alertam que haverá mais eventos climáticos extremos e ninguém está a salvo.
De acordo com a meteorologista Marcely Sondermann, do Climatempo, o aquecimento global acelerou muito mais rápido do que o previsto, principalmente devido às atividades humanas, como o aumento das queimadas e da queima de combustíveis fósseis.
Dessa forma, essas ações emitem grandes quantidades de gases de efeito estufa, como o CO2, que retêm o calor na atmosfera e elevam as temperaturas globais.
O impacto do aquecimento global já é evidente. Por isso, especialistas afirmam que o planeta está enfrentando secas severas, tempestades mais violentas e ondas de calor recorrentes.
Em 2023, o Brasil enfrentou um total de 65 dias de calor extremo, influenciados pelo fenômeno El Niño. Com isso, eventos que antes eram isolados estão se tornando mais comuns, com consequências para a saúde, a economia e o meio ambiente.
Marcelo Seluchi, meteorologista do Cemaden, destaca que o Brasil está registrando chuvas menos distribuídas e secas mais prolongadas. Assim, levando a desastres naturais cada vez mais frequentes, como os ocorridos no Rio Grande do Sul e em São Sebastião, São Paulo.
Mesmo que sempre ocorram desastres, Seluchi observa que a frequência e a intensidade dos eventos extremos têm crescido de maneira alarmante.
Com o aumento de eventos extremos, a mensagem dos meteorologistas é clara: ninguém está imune às consequências das mudanças climáticas.
Segundo Seluchi, embora os países tentem acordos como o Acordo de Paris, os interesses econômicos têm prevalecido. Dessa maneira, dificultando uma ação global efetiva para mitigar os efeitos do aquecimento global.
Apesar do cenário desafiador, os meteorologistas acreditam que ainda há esperança. Desse modo, Marcely Sondermann ressalta a importância de medidas sustentáveis, como a transição energética e a redução do consumo de combustíveis fósseis.
A meteorologista Andrea Ramos, do Inmet, reforça que pequenas mudanças nos hábitos diários. Portanto, ao economizar energia e apoiar empresas sustentáveis, podem contribuir para reduzir os impactos das mudanças climáticas.
Os meteorologistas também destacam a complexidade e a seriedade da profissão. Andrea Ramos explica que prever fenômenos atmosféricos é desafiador, devido à dinâmica da atmosfera.
Mesmo com avanços tecnológicos, os modelos climáticos ainda apresentam lacunas, especialmente em eventos isolados, como chuvas localizadas. Porém, o compromisso dos meteorologistas em prever e estudar o clima é essencial para preparar a sociedade para o que está por vir.
Imagem de Capa: Canva
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