Durante parto da filha caçula em 2006, a professora Ana Carolina Toschi, 47, afirma que viveu uma experiência de quase morte (EQM) que mudou sua vida para sempre – quando nunca tinha ouvido falar sobre isso.
Apesar de parecer assustador passar por uma situação como essa, Ana Carolina revela que teve momentos de um sentimento indescritível —e ainda tinha sensação de certeza de que, mesmo sem saber como, não era sua hora.
O Dia da Mudança: 8 de Março de 2006
Submetida a uma cesariana para o nascimento da filha, Ana Carolina passou por uma anestesia raquidiana. Durante o procedimento, sentiu-se mal enquanto o médico atendia uma ligação. Sentindo que algo estava errado, tentou avisar com a enfermeira, mas logo percebeu que estava em uma situação muito mais crítica.
“Ouvi o apito do monitor e senti meu corpo se deslocando para trás. Em seguida, vi uma linha reta no monitor e percebi que estava saindo do meu corpo”, relembra Ana Carolina, de acordo com o UOL. Ela disse que ficou “em pé” ao lado do monitor, observando a situação de fora. “Foi uma sensação muito rápida, mas extremamente marcante”.
A Experiência Fora do Corpo
Ana Carolina relata que se viu em um local completamente branco, cercada por uma luz intensa e pessoas vestidas de branco. “Era um ambiente muito diferente do hospital. Senti uma paz indescritível e não queria sair dali”, compartilha. Apesar de não haver comunicação verbal, a professora teve a clara percepção de que não era sua hora de partir.
“Ouvi o choro da minha bebê e senti como se estivesse sendo puxada de volta para o meu corpo. O anestesista retornou e a situação foi controlada”, conta.
“Quando voltei para o quarto, tinha uma moça lá, dividindo o quarto comigo. O parto dela foi logo em seguida do meu, a gente ainda não tinha se visto. Ela me contou que ouviu os médicos conversando e falando que no parto anterior uma mãe tinha morrido e voltado.”, afirmou.
O Impacto da EQM na Vida de Ana Carolina
Após essa experiência transformadora, Ana Carolina buscou entender o que havia acontecido. Descobriu que se tratava de uma experiência de quase morte, algo que, até então, desconhecia. “Ler sobre o assunto e conversar com especialistas me ajudou a compreender que minha experiência tinha todos os elementos de uma EQM”, explica.
Essa vivência mudou sua percepção sobre a vida e a morte. “Me tornei mais sensível e empática. Muitas pessoas dizem sentir uma paz quando estão perto de mim”, diz. Ela afirma que planeja, ao se aposentar, se especializar em terapias que possam oferecer um pouco de espiritualidade e conforto às pessoas.
A interpretação das EQMs varia, e sua existência ainda é um tema subjetivo. Contudo, pesquisas científicas têm avançado na tentativa de entender esses fenômenos.
Imagem de Capa: Arquivo Pessoal