Um morador de Florianópolis, Santa Catarina, uma das capitais com a cesta básica mais cara do Brasil, é um “muquirana” assumido, e com muito orgulho.
Tarso Gonçalves Soares, de 41 anos, afirma que ele e sua namorada sobrevivem com R$ 1.550 por mês, e destes, apenas R$ 300 é para a compra de comida.
De acordo com o nsc total, ele não compra roupas e calçados desde 2014 e ainda, que se alimenta apenas de frutas e legumes. Segundo Tarso, não é por falta de dinheiro, mas sim por escolher ter um estilo de vida “mais econômico”.
Tarso é um dos participantes do “Muquiranas Brasil”, programa que mostra táticas de pessoas que fazem de tudo para economizar.
Formado em Educação Física, o catarinense é um dos participantes do “Muquiranas Brasil”, programa que mostra táticas de pessoas que fazem de tudo para economizar.
Desta forma, ele estabeleceu que para viver em Florianópolis o teto de gastos é de R$ 1.550 por mês. No entanto, esse valor é dividido entre moradia, comida, transporte e gastos pessoais.
Ele revela que em relação a água e energia não encontra formas para economizar, mas que toda a sua alimentação, por exemplo, é feita de frutas e legumes comprados em sacolões, e ainda com muita pesquisa de preços.
Em relação à compra de roupas e calçados, Tarso conta: “A última vez que comprei roupa, calçado e até mesmo cueca foi em 2014. Eu vou aproveitando. Eu ando de bicicleta, hoje em dia eu não sou mais tanto assim, mas eu parecia um urubu. Ficava pedalando de um lugar para o outro olhando os lixos. No Campeche, é muito comum você encontrar nos lixos secos mudas de roupas e calçados. Eu pegava essas peças, deixava no armário coletivo e levava outras para casa.”
Morando em uma kitnet de 29 metros quadrados com a namorada, Tarso separa as despesas com ela. Eles também dividem o Wi-fi com os vizinhos e, por isso, pagam apenas R$ 22 por mês de internet.
Em relação a higiene pessoal, os gastos são de apenas R$ 7, já que ele não usa papel higiênico, shampoo e condicionador. Ele usa somente sabão de coco e prefere não usar máquina para lavar roupas.
“Desodorante é leite de magnésia, pasta de dente é quase nada e lâmina de barbear é muito bem cuidada”, contou ele.
Antes de se tornar um “muquirana”, por quatro anos, Tarso vivia como nômade e ganhava apenas R$ 10 por dia ou R$ 3.600 por ano. Ele planejava viver 10 anos dessa forma, mas acabou se apaixonando pela namorada e decidiu parar.
Durante os quatro anos de vida nômade, ele conheceu toda a costa brasileira entre Chuí, na divisa com o Uruguai, e Mangaratiba, no Rio de Janeiro. Ele fez o percurso de bicicleta, andando e nadando.
Atualmente, Tarso trabalha como guarda-vidas na Praia do Campeche, no Sul da Ilha, mas não está com carteira assinada. Ele prefere levar um estilo de vida livre e optar por um emprego que não o prenda.
“Eu economizo muito para poder trabalhar pouco. Eu trabalho menos de 85 dias por ano e folgo todos os outros dias graças ao meu estilo de vida super barato. A minha troca é essa, eu gasto pouco para ter tempo livre. Tenho muitos dias de folga, muita hora de lazer, faço muita trilha, muita corrida, muita natação, muito passeio.”, afirma.
Imagem de Capa: Arquivo Pessoal
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