Neste domingo (14), em Florianópolis, Santa Catarina, a Polícia Civil prendeu o influenciador e humorista Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di. A prisão ocorreu após uma investigação sobre um golpe que causou um prejuízo de R$ 5 milhões a centenas de clientes.
A operação do Ministério Público
Na última sexta-feira (12), Nego Di foi alvo de uma operação do Ministério Público (MP) por suspeita de lavagem de dinheiro. Embora outro inquérito tenha resultado na decretação da prisão preventiva, essa operação revelou detalhes preocupantes sobre as atividades ilegais do influenciador.
Nego Di é suspeito de estelionato por vender produtos através de sua loja virtual “Tadizuera” e não entregar aos clientes. A empresa operou entre março e julho de 2022, período em que movimentou mais de R$ 5 milhões em contas bancárias associadas a Nego Di.
Desse modo, pelo menos 370 pessoas foram lesadas. Porém, a Polícia Civil acredita que o número de vítimas pode ser ainda maior.
Como funcionava o golpe?
A loja virtual vendia produtos, como aparelhos de ar-condicionado e televisores, a preços muito abaixo do mercado. Dessa maneira, em seus perfis nas redes sociais, Nego Di promovia esses produtos, atraindo seus seguidores para comprar.
No entanto, os produtos nunca eram entregues, e os clientes ficavam no prejuízo.
Por isso, a Polícia Civil tentou intimar Nego Di várias vezes para prestar esclarecimentos, mas ele não foi encontrado. Contudo, durante a investigação, descobriram que não havia estoque dos produtos vendidos e que o influenciador sabia que não poderia cumprir com as entregas prometidas.
Embora o prejuízo inicial dos 370 clientes lesados seja de R$ 330 mil, as movimentações bancárias milionárias indicam que o esquema pode ter atingido muito mais pessoas.
Dessa forma, muitas vítimas podem não ter registrado queixa formal, aumentando o alcance do golpe.
Operação por rifas virtuais
Além do golpe na loja virtual, a polícia também investiga Nego Di por irregularidades em sorteios virtuais, envolvendo prêmios como dinheiro via PIX, celulares, videogames e até carros.
De acordo com o MP, esses sorteios eram uma fachada para lavagem de dinheiro.
Os valores arrecadados com as rifas eram depositados em contas vinculadas a Nego Di, sua esposa e empresas em nome do casal. A movimentação financeira chegou a R$2,6 milhões, caracterizando lavagem de dinheiro.
No entanto, a defesa de Nego Di ressaltou o princípio da presunção de inocência e afirmou estar tomando todas as medidas legais cabíveis. Dessa forma, pediram cautela à mídia e ao público na divulgação de informações, destacando que a ampla exposição de fatos ainda não comprovados pode causar danos irreparáveis à imagem do humorista.
Imagem de Capa: Divulgação/Polícia Civil/Nego Di