O bom humor é mais atraente do que a beleza física

Em tempos de competitividade exacerbada em todos os setores possíveis, de status social sobrepujando as interações afetivas, de valores éticos atropelados pelo sucesso a qualquer preço, de violência e de tristeza generalizada, o bom humor virou artigo de luxo. Muitos de nós sorrimos apenas para cumprir formalidades, de tantas atribulações que nos consomem diariamente.

Por isso mesmo, é preciso manter algo de bom dentro de si, rir do que é engraçado, brincar com o que é permitido, gargalhar de si mesmo, inclusive. Não se trata de rir feito bobo, de tudo, indiscriminadamente, ou rir de nervoso, mas sim de realmente ter prazer e ânimo frente ao que é bom, engraçado, divertido.

Conseguir achar graça no que carrega humor é uma das melhores coisas que existem.

Infelizmente, muita gente confunde bom humor com imaturidade, como se precisássemos ser sérios e sisudos para parecermos adultos maduros e respeitados. Tem gente que não se permite rir num ambiente de trabalho, em lugares estranhos, ou perto de desconhecidos. São pessoas que atrelam a maturidade e a responsabilidade tão somente ao silêncio e a expressões faciais em que não há esboço de sorriso algum.

Mal sabem que dá para ser maduro, comprometido, responsável e bem humorado. Sim, o bom humor pode ser acompanhado de seriedade, responsabilidade, comprometimento, maturidade, simplesmente porque quem sorri transmite mais cordialidade e sentimentos, e isso denota confiabilidade. Tendemos a confiar em quem tem bom humor, porque nossa alma precisa de respiro, de descanso, de ternura, e o ato de rir contém tudo isso.

O bom humor, inclusive, denota sabedoria, pois humor inteligente não é para qualquer um.

Em vista disso, o bom humor acaba se tornando bem mais atraente do que a beleza física, principalmente por ser uma característica das pessoas inteligentes e, fato inconteste, a inteligência é afrodisíaca, é sexy. O bom humor acompanhará a pessoa pelo resto da vida, enquanto a beleza física quase sempre terá fim. No mais, de nada adiantam músculos em quem vive com cara de bunda.

Por Prof. Marcel Camargo

Imagem de capa: Reprodução





Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.