Reflexão

O primeiro sacerdote gay ordenado em Caxias do Sul reflete inclusão e fé: “Cristo usou compaixão, não o julgamento”

Em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, a Igreja Episcopal tem seu primeiro sacerdote abertamente gay ordenado. Dessa forma, Auderli Sidnei Schroeder, viveu um marco histórico em sua trajetória na Igreja Episcopal Anglicana.

Em 15 de dezembro, ocorreu a cerimônia que reuniu fiéis e líderes religiosos em um evento que reforça os princípios inclusivos da denominação cristã.

Schroeder, de 52 anos, já atuava como diácono na Paróquia Anglicana da Virgem Maria desde 2022, porém, agora assume oficialmente o presbiterado, a segunda etapa do processo de ordenação da igreja.

“Passou um filme na minha cabeça, principalmente por estar dentro de uma igreja em que tenho liberdade de ser quem sou. Cristo usou a compaixão, nunca usou o julgamento”, disse Schroeder durante a cerimônia, refletindo sobre a importância de sua jornada.

A Igreja Episcopal Anglicana é reconhecida por sua postura progressista. Dessa maneira, a igreja permite a ordenação de mulheres e pessoas LGBTQIA+ como sacerdotes, além de apoiar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Essa tradição de acolhimento se originou no século 16, quando o anglicanismo surgiu como uma ruptura com o catolicismo na Inglaterra. No Brasil, a igreja passou a atrair fiéis a partir de 1890, consolidando-se como um espaço inclusivo e diverso.

Já em 2018, a Igreja Episcopal Anglicana realizou o primeiro casamento homoafetivo em São Paulo. Assim, reafirmando seu compromisso com a igualdade e o respeito às diferenças.

Um espaço seguro para quem sofreu preconceito

O sacerdote Schroeder revela que a igreja tem um papel importante ao ser refúgio para aqueles que enfrentaram discriminação, incluindo imigrantes, mulheres vítimas de violência doméstica e adeptos de religiões de matriz africana.

Dessa forma, ela compartilha que sua paróquia busca acolher a todos com amor e respeito, seguindo o exemplo de Cristo.

“Essa igreja é um espaço seguro para pessoas que, como eu, sofreram tanto. Durante minha vida, ouvi que Deus condenava, que eu era sujo e iria para o inferno. Foi doloroso esconder quem eu sou, mas aqui encontrei liberdade e aceitação”, disse.

Portanto, Auderli Schroeder enfatiza o apoio que recebeu dentro da comunidade religiosa e revela que nunca sofreu preconceito entre os fiéis da paróquia.

Com uma bandeira LGBTQIA+ pendurada na entrada da igreja, Auderli busca transmitir uma mensagem clara de acolhimento. Ele acredita que todos são criados à imagem e semelhança de Deus, um princípio que norteia sua atuação como sacerdote.

“Deus criou o homem e a mulher e disse: ‘e tudo era muito bom’. O ser humano foi criado para ser muito bom. É nisso que acredito.”

Imagem de Capa: Sidnei Schroeder

Sábias Palavras

Relaxa, dá largas à tua imaginação, identifica-te!

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