A razão é uma lógica baseada no conhecimento amplo da história, da experiência e da estatística e apesar de seguir argumentação lógica e pouco questionável, tem sido palco de muitas discussões. Viu-se a briga pelo seu domínio nos jantares de família durante as eleições, nas rodas de amigos com o acender de assuntos polêmicos ou até mesmo em situações pequenas como trabalho e faculdade.
O filósofo Fabiano de Abreu defende que vive-se um período de falta de razão, na qual denomina a era da “santa ignorância”. De acordo como ele, o fenômeno se dá por diversos fatores, mas principalmente pela ascensão da mídia social. “Criou-se um espaço que trouxe autonomia e coragem pela falsa ideia de proteção atrás da tela, para que as pessoas falem o que pensam, baseado em uma razão que acreditam ter”, argumenta.
Outra fator apontado pelo filósofo para a propagação da falta de informação é que a razão se tornou individualizada, o que segundo ele a torna uma estupidez, pois é baseada no próprio interesse.
“Algumas pessoas não têm medo de assinar um atestado de burro, não temem ser julgadas, mesmo vivendo simultaneamente na era dos julgadores”.
Seguindo a linha defendida por Fabiano, o maior problema da ignorância instaurada é que ao invés de buscar conhecimento para contorná-la, cria-se uma estratégia para afirmar conceitos como se tivesse absoluta certeza daquilo. “E este é justamente o maior problema do ignorante: achar que sabe tudo, adotando em muitos casos, estratégias para encobrir as próprias falhas, de modo que sua insegurança é encoberta por um manto de verdade que ele criou baseado em uma mentira”.
O maior responsável por esse tipo de conduto é a teimosia, que aliada ao achismo e ao orgulho produzem falsos argumentos que a depender de quem pensa, por ter uma lógica que convença outras pessoas desprovidas de conhecimento, emanando burrice na população. Um exemplo bem claro disso são as fake news. “Quando o ser humano é desprovido de intelecto, a mente começa a traçar circunstâncias para que ele trabalhe em cima do que subconscientemente não tem: conhecimento”.
A razão porém, tem um denominador comum, que é relação com o conhecimento e experiência, que a tornam indiscutível: não se pode discutir aquilo que se tem provas e o raciocínio lógico e coeso é justamente a chave para a razão.
Fabiano de Abreu argumenta que o estudo é o antídoto para sobreviver a era da desinformação e falta de razão e orienta que é necessário buscar sites e fontes confiáveis, pessoas que por anos disseram palavras plausíveis e que são importantes fontes de conhecimento para se abastecer de lógicas confiáveis e verídicas.
“Você pode parecer esperto aos burros, mas sempre vai se deparar com alguém com nível de conhecimento que mostrará o quão falha é sua lógica”, aponta.
Como sempre costuma fazer na sua rede social, Fabiano criou uma frase filosófica para seu conceito e publicou no Instagram: Viver Pode Não Ser Tão Ruim, que leva o nome do seu primeiro livro e no Instagram pessoal:
“A convicção é uma estupidez quando a razão é baseada no próprio interesse. A razão é uma lógica baseada num conhecimento amplo da história, da experiência e da estatística. A razão só faz sentido, quando no raciocínio debatido, termina na falta de argumentos da oposição.”
Por: Fabiano de Abreu
Imagem de capa: Gratisography no Pexels