Era suposto dizer-te tudo cara-a-cara-no-último-minuto-antes-de-me-dizeres-adeus. Aquele adeus que mudou toda a minha vida. Mas não tive coragem.
Aliás, acho que nunca tive coragem para falar muito. Pensava que os olhos diziam tudo. Até tu dares a entender que não. Que gostavas de palavras, mas preferias atitudes. E talvez, eu me tenha ficado por olhares que não entendias e deixei-te ir. Mas hoje por segundos, ou talvez minutos, pensei em tudo o que nunca te disse e decidi por a coragem no patamar de cima e escrever-te.
Dizer-te tudo como quem diz que precisa de viver, que não viveu tudo e precisa de mais e mais e mais. Mas eu sei…
Talvez já venha em tempo errado. Incerto. Sem oportunidade de mudar.
Ou talvez tenha alguma chance para mudar pelo menos o que pensas de mim.
Não tenciono mudar-te a vida ou mudar-te sentimentos. Pretendo que saibas que mudaste a minha vida, viraste tudo do avesso e fizeste-me entender que o avesso é o meu melhor lado. Que me fizeste cair completamente no chão e seguraste me tão bem ao mesmo tempo. Que fizeste-me acreditar no amor, “essa coisa” que eu não acreditava. Vieste para ficar.
E eu ainda me lembro como os teus olhos disseram isso na primeira vez que cruzaram com os meus. Sempre achámos incrível a maneira que tínhamos para lidar um com o outro e eu acho que era isso que nos tornava tão especiais. Pretendo dizer-te que não foram os teus defeitos que ditaram o nosso fim. O grande problema foi quando deixamos de saber lidar um com o outro. E aí perdemos tudo.
Mas guardo-te comigo como te conheci. Faço questão de não guardar as últimas semanas que passamos separados até que então dissemos “adeus, vemo-nos por aí.” Mal sabíamos nós que era mais um adeus até nunca. Mas mesmo com tantos defeitos e havendo tantas pessoas por aí, tantos sorrisos, tantas vozes… Eu fui apaixonar-me por ti.
E é isso que quero que guardes contigo, para sempre.
E caso não existam coincidências nesta vida, fica a saber que foste o acaso mais bonito que a vida me deu. E eu só tenho a agradecer-te! Gosto de ti!