Por definição, o perdão pode ser classificado como: remissão de pena ou de ofensa ou de dívida; desculpa, indulto. Ato pelo qual uma pessoa é desobrigada de cumprir o que era de seu dever ou obrigação por quem competia exigi-lo. Fórmula de civilidade com que se pede desculpa.
Se perdoar fosse fácil, provavelmente a Bíblia não nos aconselharia tantas vezes a praticar o perdão.
É verdade, não é fácil, mas é essencial, se queremos ter uma vida espiritual e emocional saudável e que agrada a Deus. A Bíblia está repleta de exemplos de perdão, sendo que o maior deles é Jesus Cristo. Estêvão, que foi inspirado por Jesus, fez a diferença no seu tempo e através da sua vida podemos aprender essas valiosas lições sobre o perdão.
É mais importante a ação daquele que cometeu o ato, do que aquele que sofreu, mas se aquele que sofreu também perdoar, o nó que antes estava atado, passa a se desatar.
Existe um caso de um serial killer que quando acusado sobre seus crimes de ter assassinado brutalmente 48 mulheres, confessa todos os crimes, mas o mais intrigante da história não é isso. Durante seu julgamento com diversas testemunhas e parentes das vítimas, ele ouve sem expressão facial nenhuma, diversos xingamentos e palavras que o colocavam para baixo, como uma tentativa de fazer com que ele sentisse a mesma dor que elas estavam sentindo, quando, de repente, entra o pai de uma das vítimas dizendo: “Há pessoas aqui que o odeiam, mas eu não sou uma delas. Você só dificultou as coisas para mim, mas a prática daquilo que eu creio que é o que Deus quer que eu faça, que é perdoar, eu continuarei fazendo. Você está perdoado!” Imediatamente o acusado demonstra surpresa e chora.
O perdão cura as dores da alma, como nenhum remédio consegue fazer.
Sabe aquele amigo seu que você tanto confiava e que traiu a sua confiança, sujando a sua reputação, e ainda hoje sofre as consequências?
Perdoe-o. É mais abençoado aquele que dá do que aquele que recebe. Doe o seu amor e perdão para quem o tiver magoado para se livrar de uma vez por todas dessa dor. Mate de uma vez esse monstro que você cria há tantos anos e continua alimentando-o dia após dia, com mágoa, rancor, ressentimento e tristeza. Liberte-se desse nó que tanto lhe prejudica, não fazendo você caminhar. Livre-se dele, para que a outra pessoa também possa caminhar em paz. Afinal, quando você não perdoa, o prisioneiro é você.
No filme “A Cabana” tem um trecho muito interessante sobre o perdão. Matty, o ator principal, tinha dificuldade em perdoar, mas quando fez pela primeira vez, passou a amar mais as pessoas e a vida do que a maioria. Tornou-se novamente uma criança, ou talvez ele tenha se tornado a criança que nunca lhe permitiram ser. Uma pessoa confiante, cheia de entusiasmo.
Na Bíblia falamos sobre perdão em Mateus, Cap. 18 – Versículos 21:22
Então, Pedro, aproximando-se, perguntou-lhe: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” Respondeu-lhe Jesus: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”
Para finalizar, deixo aqui 3 princípios que podemos aprender com o personagem bíblico chamado de Estêvão.
Nº 1 – Perdoar é amar e orar por quem nos ofendeu
Estêvão foi perseguido por demonstrar a sua fé e o poder de Deus operando na sua vida. Ele foi acusado injustamente de blasfemar contra Deus e contra Moisés, e mesmo no momento da sua morte, a Bíblia nos revela que Estêvão não murmurou, não se queixou, não ficou com raiva. Pelo contrário, ele levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita de Deus. Nos últimos momentos da sua vida, enquanto era apedrejado, ele orou. O que ele pediu? Para que Deus recebesse o seu espírito e para que perdoasse os seus assassinos.
Nº 2 – O perdão é fonte de paz
Jesus disse em Mateus 6:14-15 que se nós perdoarmos os outros, Deus também nos perdoará. O contrário também acontece: se não perdoarmos quem nos ofendeu, nós também não seremos perdoados por Deus. Saber que os nossos pecados foram perdoados por Deus nos enche de uma paz que vai além da compreensão humana! Quem não consegue perdoar não tem paz no seu coração, fica relembrando palavras ou atitudes dos ofensores e muitas vezes pensando em formas de vingança. Estêvão conhecia bem e seguia estas palavras de Jesus, e por isso ele era capaz de perdoar as pessoas que estavam a condená-lo injustamente. Mesmo sendo acusado, a sua cara transmitia paz, pois ele sabia que estava seguro em Deus!
Nº 3 – Perdoar é sinal de força: para perdoar, é preciso ser muito forte
Este mundo muitas vezes pensa e ensina exatamente o contrário: dizem que quem perdoa é bobo, que valente é aquele que não deixa passar nada e está sempre pronto a “dar o troco”. Mas Jesus ensinou a oferecer a outra face se alguém nos bater, e ter essa atitude requer uma força que tem que vir de Deus. Estêvão tinha essa força e as boas obras eram uma marca na sua vida, a própria Bíblia o descreve como “homem cheio da graça e do poder de Deus” que “realizava grandes maravilhas e sinais no meio do povo” (Atos 6:8). Vemos também em Atos 6:10 que os acusadores de Estêvão não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. O que revela que além de ser forte, este servo de Deus falava com a sabedoria que era dada pelo Espírito de Deus.
Por: Paulo Monjardim
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