Por que aviões comerciais não possuem paraquedas? Entenda os desafios

Quando pensamos em segurança aérea, uma questão que muitas vezes surge é: por que os aviões não possuem um sistema de paraquedas para toda a aeronave?

Dessa maneira, um enorme paraquedas seria capaz de desacelerar um avião inteiro em situações de emergência. No entanto, a realidade é que essa abordagem não é viável na aviação comercial.

Por isso, neste artigo, iremos compartilhar os desafios técnicos, considerações práticas e as alternativas de segurança que explicam por que os aviões não têm paraquedas.

Desafios técnicos

Os aviões comerciais, com pesos que podem ultrapassar 300 toneladas quando totalmente carregados, exigiriam paraquedas de proporções colossais.

Por isso, desenvolver esse paraquedas seria um grande desafio. De princípio, a dimensão do paraquedas teria que ser maior que o próprio avião. Assim, levantando questões sobre onde armazená-lo e como implantá-lo sem comprometer a integridade da aeronave.

Outro aspecto crítico é a força gerada pela abertura de um paraquedas desse porte, que exigiria um redesenho completo da estrutura do avião para suportar o estresse da desaceleração súbita.

Dessa forma, resultaria em um aumento significativo no peso da aeronave, impactando diretamente sua eficiência de combustível e desempenho.

Além disso, a velocidade operacional dos aviões comerciais, geralmente acima de 800 km/h, apresenta um obstáculo adicional.

Portanto, abrir um paraquedas a essa velocidade poderia causar danos catastróficos tanto ao paraquedas quanto à aeronave. Assim, exigindo materiais e mecanismos de implantação inovadores que ainda não foram desenvolvidos.

Considerações práticas e econômicas

Além dos desafios técnicos, existem considerações econômicas e práticas que tornam a ideia de paraquedas em aviões comerciais menos atraente.

O custo de desenvolvimento e teste de um sistema de paraquedas para essas aeronaves seria extremamente alto. Outro fator seria a necessidade de rigorosos testes de segurança, que aumentariam ainda mais esses custos, que inevitavelmente seriam repassados aos consumidores, encarecendo as viagens aéreas.

A adição de um sistema de paraquedas também aumentaria o peso da aeronave, elevando o consumo de combustível e impactando negativamente o meio ambiente. Em uma era onde a aviação está cada vez mais focada em reduzir as emissões de carbono, a introdução de um sistema que adiciona peso extra vai contra esses objetivos.

Outro ponto a considerar é a manutenção. Desta maneira, sistemas de paraquedas exigiriam inspeções regulares e manutenção especializada, aumentando a complexidade operacional e os custos para as companhias aéreas.

Além disso, o espaço ocupado pelo sistema de paraquedas reduziria a capacidade de carga ou o número de assentos disponíveis, afetando a rentabilidade das rotas aéreas.

O caso dos aviões pequenos

É importante notar que, embora sistemas de paraquedas sejam impraticáveis para aviões comerciais de grande porte, eles têm sido implementados com sucesso em aeronaves menores.

Um exemplo é o Cirrus Airframe Parachute System (CAPS), usado em aviões privados. No entanto, o sucesso do CAPS se deve ao fato de que essas aeronaves são muito mais leves e operam em velocidades e altitudes menores do que os aviões comerciais.

Imagem de Capa: Canva





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