Por que Millennials e Geração Z estão se afastando gradualmente de amigos?

Recentemente, uma nova tendência, que está cada vez mais evidente entre os Millennials e a Geração Z, vem chamando a atenção: o afastamento gradual de amizades.

Esse comportamento, relacionado ao conceito de “demissão silenciosa” (ou “quiet quitting”), inicialmente popularizado no ambiente de trabalho, agora também se aplica às relações pessoais, especialmente às amizades.

Contudo, por que essas gerações estão agindo assim? Neste artigo, iremos explorar as principais razões por trás dessa mudança.

“Demissão silenciosa” nas amizades

Em 2022, o termo “demissão silenciosa” ganhou notoriedade, quando muitos trabalhadores começaram a realizar apenas o mínimo necessário em seus empregos. Desse modo, priorizando seu bem-estar pessoal em vez das exigências profissionais.

Millennials e a Geração Z têm aplicado esse mesmo conceito às amizades. Por isso, preferem se afastar gradualmente de relacionamentos que consideram tóxicos ou insatisfatórios, em vez de confrontar diretamente os problemas.

Essa mudança reflete uma postura mais introspectiva e individualista, em que a qualidade das relações pessoais é priorizada. Tal como no trabalho, essas gerações evitam confrontos diretos nas amizades.

Portanto, optando por um distanciamento silencioso que lhes permite preservar sua paz interior e saúde emocional.

Especialistas em psicologia sugerem que esse comportamento pode ser uma estratégia saudável, permitindo o desenvolvimento de novos e mais significativos relacionamentos.

Daniel Glazer, psicólogo clínico, observa que “desistir silenciosamente de uma amizade pode ser uma forma de podar a vida social, abrindo espaço para conexões mais genuínas”.

A reavaliação de prioridades após a pandemia de COVID-19 também desempenha um papel significativo nesse fenômeno. Dessa maneira, muitos Millennials e membros da Geração Z passaram a refletir mais profundamente sobre as pessoas com quem desejam manter vínculos.

Impacto das redes sociais e cultura digital

As redes sociais e a cultura digital também são fatores cruciais para entender essa tendência.

Ao crescer em um ambiente digital, essas novas gerações estão acostumadas a uma comunicação rápida e superficial, o que reduz a paciência para resolver conflitos e manter vínculos profundos. Dessa forma, tornou-se fácil formar e romper conexões.

Além disso, a confusão entre seguidores e amigos nas redes sociais contribui para esse comportamento. “É importante distinguir entre seguidores e amigos, pois as relações verdadeiras exigem paciência, dedicação e respeito”, alerta a psiquiatra Ana Thereza Mazzi

Embora o afastamento silencioso possa preservar a saúde emocional, evitando o estresse de confrontos diretos, ele também apresenta desvantagens. A falta de encerramento em uma amizade pode gerar sentimentos de culpa ou arrependimento e impactar a confiança da pessoa que foi “abandonada”.

Imagem de Capa: Canva





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