Recentemente, o professor Victor Hugo, de Bebedouro (SP), levantou um questionamento nas redes sociais sobre a atitude dos jovens em relação às publicações no Instagram.
Dessa forma, levantou uma questão que gerou amplo debate: publicar fotos no feed do Instagram é algo ultrapassado? Essa provocação surgiu após o professor observar um padrão intrigante entre seus alunos adolescentes.
Victor Hugo, que leciona história, sociologia e filosofia para adolescentes de 13 a 17 anos, notou um comportamento peculiar fora da sala de aula. Muitos de seus alunos o adicionavam no Instagram utilizando perfis sem foto e com nomes que pareciam aleatórios.
Por isso, ele decidiu realizar uma pesquisa informal com os alunos, cujos resultados rapidamente ganharam destaque na rede social X (antigo Twitter).
Os alunos de Victor, pertencentes à Geração Z, são considerados nativos digitais, ou seja, nasceram e cresceram em um mundo já imerso na internet. Embora seja comum pensar que essa geração seria totalmente à vontade nas redes sociais, a pesquisa revelou um cenário diferente.
Muitos adolescentes evitam postar fotos no feed ou até mesmo colocar uma foto de perfil. As razões variam desde considerar o ato “cringe” até a preferência por uma presença “low profile”, ou seja, com pouca exposição.
A pesquisa
Portanto, para poder entendê-los, o professor realizou 5 perguntas para seus alunos de 13 a 17 anos:
- Por que não postam fotos no feed do Instagram?
- Por que dificilmente colocam foto no perfil?
- Por que postam só nos stories?
- O que acham de quem posta conteúdo frequentemente?
- Se acham bonitos/seguros para compartilharem fotos nas redes sociais?
Dessa maneira, houve diversas respostas, como:
- Alguns acham “cringe” ter foto no perfil;
- Afirmam “está na moda ser ‘low profile’ (postar pouco);
- Têm os que acham que quem posta frequentemente “é desocupado e brega”;
- E também têm aqueles que admitem insegurança com a aparência mesmo (não encontrar uma foto “boa” e ter medo de não ter muitas curtidas foram argumentos que apareceram entre as respostas).
No entanto, Victor afirma que se surpreendeu com o resultado. “Primeiro, eu acho que eu banalizei, talvez eu tenha achado que eles só não querem lidar com as redes sociais ou que, de alguma maneira, eles são contra. Talvez eu tenha achado que não tinha um problema por trás.”
“As respostas reforçam questões atuais bem problemáticas sobre a autoestima e também sobre a própria padronização do corpo nas redes. Os mais novos sofrem mais com a autoestima e sentem mais medo em relação às redes. Todos se cobram”, escreveu Victor.
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