Com a tecnologia cada vez evoluindo mais, o uso das inteligências artificiais vão atingindo todas as bolhas.
Dessa maneira, a relação entre tecnologia e religião ganhou um novo capítulo com o lançamento de um aplicativo que utiliza IA para aproximar fiéis e líderes espirituais.
Desenvolvido pelo pastor Ron Carpenter, da Redemption World Outreach Center, nos EUA, o Ron Carpenter Ministries Advanced Archive promete oferecer uma experiência personalizada de aconselhamento e oração por meio de um pastor virtual.
Com a inteligência artificial, o aplicativo cria uma interação simulada com o pastor Ron Carpenter. Com respostas baseadas em mais de 30 anos de experiência pastoral, o sistema se adapta às conversas dos usuários e oferece conselhos e orações personalizadas.
Por exemplo, se o usuário solicitar uma oração para enfrentar um problema de saúde, o pastor virtual responderá com palavras de conforto e orações específicas.
“Que tal ter o seu próprio pastor pessoal? Você pode entrar no aplicativo, pedir orações e receber respostas personalizadas de forma imediata”, diz Carpenter no vídeo de apresentação.
Além das orações, o aplicativo se posiciona como um “espaço comunitário”, desse modo, conectando pessoas de diferentes origens e culturas, eliminando barreiras de tempo e distância.
Contudo, o acesso a essas funcionalidades não é gratuito: o uso do pastor virtual exige uma assinatura mensal de US$49 (aproximadamente R$300,00).
O surgimento das chamadas “megachurches” trouxe desafios à prática pastoral tradicional. Desse modo, as igrejas estão tendo dificuldades na questão de proximidade entre o líder religioso e os fiéis.
Portanto, tornando o atendimento individualizado cada vez mais raro.
O aplicativo busca preencher essa lacuna, oferecendo uma solução tecnológica para proporcionar “interações 1 a 1” de forma prática e acessível. Para Carpenter, a ferramenta é uma forma de ampliar o alcance de sua missão pastoral em um mundo cada vez mais digitalizado.
Apesar da inovação, o lançamento do pastor virtual gerou um intenso debate sobre a impessoalidade da tecnologia no contexto religioso. Vários internautas questionaram os limites éticos do uso de inteligência artificial em atividades espirituais tão íntimas.
“Como é que alguém olhou para a impessoalidade das megachurches e disse ‘vou cobrar para fingir resolver esse problema’? Muito triste o que nos espera pela frente”, disse a jurista e teóloga Bruna Santini
“É completamente preguiçoso ter um sistema de IA respondendo às pessoas em vez do pastor”, disse um internauta. “Usar uma IA para orar parece mundano. As pessoas querem falar com um ser humano, não com uma máquina”, disse outro.
Por outro lado, alguns defendem que a tecnologia pode ser uma ferramenta útil para atender à crescente demanda por apoio espiritual em grandes comunidades.
Imagem de Capa: Ron Carpenter
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