
Após a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, o mundo agora aguarda para saber quem o sucederá, depois que os cardeais se reunirem em Roma para o Conclave Papal.
Francisco foi o primeiro Papa latino-americano, o que sinalizou uma mudança mais ampla na Igreja Católica. Entretanto, será que agora veremos o primeiro Papa negro ou asiático?
Aqui estão os principais candidatos ao cargo de próximo Sumo Pontífice.
Cardeal Peter Turkson, de 76 anos, nascido em Gana, foi um dos favoritos quando Francisco foi escolhido em 2013. O ex-bispo de Cape Coast seria o primeiro papa negro e teria o poder de alcançar a África.
Ele ocupa um lugar intermediário na delicada questão dos relacionamentos homoafetivos, argumentando que as leis em muitos países africanos são muito severas, mas que as opiniões dos africanos sobre o assunto devem ser respeitadas.
Luis Antonio Tagle, de 67 anos, ex-arcebispo de Manila, Filipinas, é um dos favoritos desta vez e é considerado um dos candidatos mais liberais. Ele teria o apelo de ser o primeiro papa asiático, região onde a população católica que mais cresce.
Ele se opôs ao direito ao aborto nas Filipinas, mas reclamou que a Igreja Católica tem sido muito dura com casais gays e divorciados, e que isso tem prejudicado seu trabalho evangélico.
O italiano Pietro Parolin, de 70 anos, é o mais próximo de um “candidato da continuidade”, tendo trabalhado com o Papa Francisco como Cardeal Secretário de Estado. Quando a Irlanda votou em 2015 pela legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, Parolin descreveu a decisão como “uma derrota para a humanidade”.
Entretanto, nos últimos tempos, perdeu pontos ao fato de ele ter sido o arquiteto do acordo de 2018 entre a Santa Sé e a China, que alguns consideram uma rendição ao Partido Comunista Chinês.
O Arcebispo de Esztergom-Budapeste, Pedro Erdo, de 72 anos, seria o segundo Papa, depois de João Paulo II, a governar no antigo bloco soviético, quando líderes religiosos eram frequentemente perseguidos.
Ele fez campanha pela absolvição de seu antecessor, Jozsef Minszenty, após ser preso por se opor ao regime comunista da Hungria. Erdo é um conservador convicto que se manifestou contra a comunhão de católicos divorciados ou recasados receberem a sagrada comunhão.
Aos 59 anos, José Tolentino é considerado o candidato ‘relativamente jovem’ e ocupou vários cargos no Vaticano. Da Madeira, cidade natal de Cristiano Ronaldo, em Portugal, ele defendeu que os estudiosos da Bíblia se engajem com o mundo moderno assistindo a filmes e ouvindo música.
Matteo Zuppi, 69 anos, é arcebispo de Bolonha, Itália, desde 2015 e foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2019 e é o Enviado da Paz do Vaticano para a Ucrânia, cargo em que visitou Moscou para “encorajar gestos de humanidade”.
O Cardeal Mario Grech, 68 anos, desempenhou um papel fundamental no avanço da visão do Papa Francisco para uma Igreja mais inclusiva e participativa. Ele, que já foi Bispo de Gozo, Malta, e agora é Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, pediu que a Igreja “aprenda uma nova linguagem” ao lidar com casais gays e divorciados, embora também seja visto como um tanto tradicionalista.
O Cardeal conservador Robert Sarah, 79 anos, nascido na Guiné Francesa, é outra possibilidade para ser o primeiro papa negro – embora a idade não o favoreça. Ele ocupa cargos no Vaticano desde a época de João Paulo II. Conservador, ele denunciou a ideologia de gênero como uma ameaça à sociedade. Também se manifestou contra o fundamentalismo islâmico.
Vincent Nichols, 79 anos, é o principal católico da Grã-Bretanha que tem poucas chances de suceder o Papa Francisco – e se tornar o primeiro pontífice inglês desde o século XII. Nascido em Liverpool, é arcebispo de Westminster e chefe da Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales desde 2009.
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