Rita Lee: a feiticeira que desafiou a cultura da juventude eterna

A lendária cantora brasileira, Rita Lee, que faleceu nesta segunda-feira (8), sempre afirmou que queria “envelhecer como feiticeira” e conseguiu realizar esse desejo.

Desse modo, ela sempre falou que nunca teve medo de envelhecer e que envelhecer era sinônimo de adquirir mais poder e sensibilidade às sutilezas da vida.

Rita Lee deixou um legado impressionante em sua carreira de 50 anos como cantora e compositora, consolidando-se como a Rainha do Rock.

Contudo, sua coragem, irreverência e quebra de padrões vão além do seu trabalho artístico. Ela desafiou convenções ao longo de sua vida e sempre se posicionou contra a cultura da juventude eterna.

Aos 40 anos, quando começou a ser questionada sobre envelhecimento, Rita Lee compartilhou uma de suas declarações mais famosas sobre o tema.

De acordo com uma entrevista, ela disse que existem duas maneiras de envelhecer: como uma “perua” ou como uma “feiticeira”.

Enquanto as “peruas” buscam incessantemente a fonte da juventude e veem o tempo como um inimigo, as “feiticeiras” o veem como um aliado. A cantora sempre escolheu seguir o caminho das feiticeiras.

“Agora é a hora de ter acesso ao arquivo das feiticeiras. Você só tem isso depois dos 40, e aos 45 anos é outro tipo de arquivo. Aí é que está: não há em que ficar procurando plástica nessa coisa. A fonte da juventude não está aí, está no belo da mulher feiticeira, aquela índia velha serena que sabe de tudo. É isso que eu quero […] é a feiticeira que me interessa”.

Em 2020, com 73 anos, Rita reafirmou sua opinião sobre envelhecimento. Ela não fez intervenções estéticas e nem sequer pintou os cabelos grisalhos. Ela enfatizou a beleza da passagem do tempo e como suas prioridades mudaram ao longo dos anos.

Imagem de Capa: Rita Lee





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