Tribo isolada na Amazônia se conecta à internet e fica viciada em “conteúdo adulto”

Ter acesso à Internet definitivamente tenha muitas vantagens, no entanto, uma tribo remota da Amazônia agora está tendo a oportunidade de aprender algumas das desvantagens de ter essa tecnologia disponível.

De acordo com as Nações Unidas, existem mais de 476 milhões de indígenas em 90 países em todo o mundo. Muitos vivem uma vida isolada do resto do mundo, mas as tribos podem estar cada vez mais conectadas à sociedade com acesso à internet.

Em setembro do ano passado, o povo Marubo – onde vivem por centenas de quilômetros ao longo do rio Ituí, nas profundezas da floresta amazônica – foi presenteado com acesso ao provedor de internet fundado por Elon Musk, o Starlink.

O grupo de indígenas teria recebido as antenas da empresária americana Allyson Reneau.


Ter acesso à internet tem sido definitivamente positivo para a tribo, principalmente em situações de emergência. Por exemplo, no caso de picadas de cobras venenosas, agora eles podem pedir e receber ajuda rapidamente.

Um dos líderes Marubo, Enoque Marubo, disse ao The New York Times que nos poucos meses em que a tribo tem usado o Starlink, “já salvou vidas”.

A Starlink também ajudou líderes de tribos a se conectarem com outras aldeias e deu às pessoas acesso a familiares que não moram nas proximidades. No entanto, o uso da Internet pelo povo Marubo tem suas desvantagens, já que muitos líderes expressaram preocupação com o fato de jovens membros da tribo terem acesso a coisas como “conteúdo adulto”.

Alfredo Marubo, líder de uma associação de aldeias Marubo, disse que os jovens têm compartilhado vídeos em bate-papos em grupo – muito longe das tradições mais reservadas e conservadoras da tribo.

Ele também expressou preocupação com o fato de as pessoas estarem falando menos com suas famílias e preferirem passar mais tempo ao telefone. “Todos estão tão conectados que às vezes nem falam com a própria família”, continuou Alfredo.

Embora o acesso à Internet tenha inegavelmente deixado esta tribo dividida, Flora Dutra, uma ativista brasileira, expressou a sua esperança de colocar outros povos indígenas remotos do Brasil online.

Imagem de Capa: Reprodução





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