Não é porque você decidiu ir embora que eu não posso mais fazer do amor um lar. Quem partiu foi a pessoa. O sentimento continua me habitando, me transformando. Agora não, mas no futuro ele pode vir a ser compartilhado com outro coração. Nesse meio tempo, acho que vou ali distribuir o meu amor em novas pegadas.
Tenho tanto amor dentro de mim que nem mesmo a sua partida foi suficiente para que eu deixasse de acreditar ou alimentar esse amor. Ele é próprio no sentido literal da palavra. Nunca considerei trancafiá-lo ou abandoná-lo por sua causa. Quando você decidiu que não queria mais fazer parte dele, você não me deixou na mão.
“Eu e ele ainda temos muito para viver, para aprender, para construir, para ser.”
Você não me decepcionou ou me deixou com mágoas. Você ir embora foi uma decisão sua, e respeito. Nem eu e nem o meu amor culpamos você. Nós entendemos. Só não pense que por isso ficaremos sem propósito ou rumo. O amor ainda me habita, ainda me fascina. Eu e ele ainda temos muito para viver, para aprender, para construir, para ser.
Preciso te confessar: depois de algum tempo, passa a saudade, passa a falta, passa a dor. A minha individualidade brota novamente e, a partir dela, recomeçam também os sonhos que não foram levados adiante quando estava com você. Reiniciam-se os sentimentos e os votos de amadurecimentos que eu tanto prometi, mas que pausei para o nosso caminho não ficar sobrecarregado.
“Mas o amor ainda me habita e ele sempre me habitará.”
O seu adeus foi o choque de realidade que eu queria e não sabia que queria. Foi o gatilho mais sincero, o gozo mais libertador. Pude enxergar melhor esse amor tão bonito e acolhedor que carrego dentro de mim. Percebi ser por ele o meu esforço e a minha ternura para conviver e evoluir relações mais honestas e duradouras. Sim, você foi embora. Mas o amor ainda me habita e ele sempre me habitará. Porque ele é meu, mas não está preso. E sim porque ele é livre e escolheu me acompanhar.